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‘A Cor Púrpura’, ‘As Crianças’ e ‘3 Maneiras’: empate triplo marca a sétima edição do Prêmio Cesgranrio

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Leonardo Netto (E) de “3 Maneiras” e Analu Prestes, Rodrigo Portella e Mario Borges de “Crianças” Foto: Luiz Maurício Monteiro

“Disputada” é, provavelmente, o adjetivo mais adequado para se classificar a sétima edição do Prêmio Cesgranrio de Teatro, cuja cerimônia de entrega aconteceu na noite desta terça-feira (28) no Copacabana Palace. Dos mais de 20 espetáculos que se apresentaram em 2019 e estavam na corrida pelo prêmio individual de R$ 25 mil – o que soma R$ 300 mil, o maior em quantia no Rio de Janeiro – três terminaram empatados com três troféus: o musical “A Cor Púrpura”  (Iluminação, Atriz em teatro musical e Direção musical), “3 Maneiras de Tocar no Assunto” (Ator, Especial e Texto nacional inédito) e “As Crianças” (Atriz, Direção e Espetáculo”.

Além de “As Crianças”, que aborda situações da vida na terceira idade, “3 Maneiras”, sobre homofobia, e “A Cor Púrpura”, musical inspirado em livro sobre igualdade de gêneros, o júri formado por Carolina Virgüez, Daniel Schenker, Jacqueline Laurence, Lionel Fischer, Macksen Luiz, Rafael Teixeira e Tânia Brandão definiu outras três montagens vitoriosas:  “Cole Porter Ele Nunca Disse Que Me Amava”, “Merlin e Arthur, Um Sonho de Liberdade ao Som de Raul Seixas – O Musical” e “Eu, Moby Dick”, cada uma com um troféu.

Alguns dos premiados, como Letícia Soares (Atris em teatro musical), Rodrigo Portella (Direção), Analu Prestes (Atriz) e Leonardo Netto (Ator e Texto nacional Inédito) adotaram um tom crítico sobre o tratamento que esferas públicas estariam dando à cultura nos últimos anos. Os desabafos contra a classe política, mesmo mais comedidos e menos direcionados do que em anos anteriores e outras premiações, por exemplo, foram carregados de críticas e menções a temas como resistência, censura e falta de apoio – assista a alguns trechos de discursos dos vencedores no vídeo abaixo.

Apresentadora da festa ao lado de Lázaro Ramos, a atriz Zezé Motta começou sua participação afirmando que gosta de “andar na contramão” quando ouve que o teatro é uma arte perto do fim.

O discurso engajado teve continuidade na primeira homenagem da noite. Foi no tributo póstumo a Ruth de Souza, quando Lázaro e Zezé falaram do pioneirismo da atriz falecida em 2019, aos 98 anos, como a primeira negra a se apresentar no Theatro Municipal, numa época em que os obstáculos para os artistas negros eram ainda maiores do que hoje.

A homenagem contou com um número musical protagonizado pela atriz e cantora Cassia Raquel, além de fotos da carreira de Ruth exibidas no telão e também falas emocionadas dos apresentadores.

Em seguida, mais emoção: outra homenagem póstuma, esta a Bibi Ferreira, também falecida no ano passado, aos 96. Chamada ao palco, Jalusa Barcellos, jornalista, amiga e colega de trabalho da grande diva do teatro brasileiro, aproveitou a ocasião para anunciar o lançamento em junho da biografia de Bibi em parceria com a Cesgranrio.

Ainda como tributo a quem partiu recentemente nomes como Caio Junqueira, Fernanda Young, Jorge Fernando, Domingos de Oliveira, Lucio Mauro e Gilberto Marmorosch, entre outros, foram lembrados.

Para encerrar as homenagens da noite, uma deferência a Eva Wilma, que está completando 66 anos de carreira. Primeiramente, no telão, foram exibidos depoimentos de artistas como Nicette Bruno, Othon Bastos e Andrea Beltrão, além da própria Eva, que, em seguida, foi chamada ao palco para receber uma medalha de honra concedida pelo professor Carlos Alberto Serpa, presidente da fundação Cesgranrio e idealizador da premiação. Ali, ela ainda discursou, misturando bom humor e acidez, fechando, assim, a noite em grande estilo – assista trechos abaixo.

Confira abaixo a lista completa de vencedores:

Figurino
Marcelo Marques por “Cole Porter – Ele Nunca Disse que me Amava” e “O Despertar da Primavera”

Cenografia
Bia Junqueira por “Eu, Moby Dick”

Iluminação
Rogério Wiltgen por “A Cor Púrpura – O Musical”

Ator
Leonardo Netto por “3 Maneiras de tocar no Assunto”

Ator em teatro musical
Patrick Amstalden por “Ao Som de Raul Seixas – Merlin e Arthur, um Sonho de Liberdade”

Especial
Bel Luther pela direção da Cidade das Artes
Márcia Rubim pela direção de movimento de “3 Maneiras de tocar no Assunto”

Atriz
Analu Prestes por “As Crianças”

Atriz em teatro musical
Letícia Soares por “A Cor Púrpura – O Musical”

Texto nacional inédito
Leonardo Netto por “3 Maneiras de tocar no Assunto”

Direção musical
Tony Lucchesi por “A Cor Púrpura – O Musical”

Direção
Rodrigo Portella por “As Crianças”

Espetáculo
“As Crianças”

ERRATA: Ao contrário do que informamos inicialmente, a vencedora na categoria Atriz em teatro musical foi Letícia Soares e não Flavia Santana. Letícia também faz parte do musical “A Cor Púrpura”, também estava concorrendo nesta categoria, mas a vencedora foi Letícia Soares. Consertamos o erro no texto da matéria, mas nos caracteres do vídeo no Youtube, como não é possível fazer a mudança, infelizmente, permanece o nome errado. Pedimos desculpas pelo erro.

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