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‘Angels in America’ reestreia no Teatro Firjan Sesi tocando em temas delicados como HIV dentro de trama Lgbt

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos
A peça é uma versão da Armazém Cia. de Teatro para o texto de Tony Kushner Foto: Mauro Kury/Divulgação

Quem quis, mas não conseguiu assistir à primeira temporada carioca de “Angels in America”, realizada em julho no Teatro Riachuelo, vai ter mais uma nova oportunidade agora. Mas é bom ir acumulando disposição desde já! Com incríveis cinco horas de duração – além de um intervalo de 40 minutos que a divide em duas partes – a versão da Armazém Companhia de Teatro para o clássico texto do norte-americano Tony Kushner, considerado por especialistas um dos mais importantes das últimas décadas, reestreia nessa quinta-feira (03/10), às 19h, no Teatro Firjan Sesi, no Centro, tocando em questões complexas dentro de uma intrincada trama Lgbt.

Intituladas “O Milênio se Aproxima” e “Perestroika”, respectivamente, a primeira e a segunda partes, porém, serão apresentadas na sequência – somando as cinco horas de duração – aos sábados. Nos outros dias da temporada, que vai até 03 de novembro, será encenada uma metade ou outra, de maneira autônoma.

Vencedor de alguns dos principais prêmios teatrais dos Estados Unidos, como Tony Award, Drama Desk Award e Pulitzer Prize, “Angels in America” estreou por lá em 1993, mas foi escrito por Kushner nos anos 1980, durante o mandato do então presidente Ronald Reagan (1911-2004). Considerados pontos característicos da Era Reagan, o conservadorismo e o elitismo compunham um momento cada vez mais assustador devido a um ainda desconhecido vírus HIV, que assolava Nova York, onde é ambientada a peça.

Além da Aids, Kushner utiliza a história pontuada por poesia, habitada por personagens héteros e homossexuais, para abordar outras questões como religião, política, relações afetivas, abandono, sexo, medo da morte, covardia, crueldade e História.

— “Angels in America” é um épico teatral em duas partes. É uma peça especial, imensa, um mergulho no final do século XX, mas que, diante do colapso em que o mundo se encontra hoje, revela uma atualidade esmagadora. A peça reflete sobre o mundo ocidental, sobre religiões, política… Há um sentido de devastação se alastrando por toda a peça. Mas o resultado cênico é um movimento constante, personagens se fazendo vivos por estarem em movimento. Embora haja um cheiro de realidade permanente, a nossa montagem não é nada realista — acrescenta o diretor Paulo de Moraes, que comanda um elenco de oito atores.

A trama

Prior Walter, um dos personagens gays, está em pânico por causa das sequelas que o vírus HIV tem provocado em seu corpo. Como se já não bastasse o drama, ele ainda acaba abandonado por seu companheiro Louis Ironson, que não tem sabido lidar com o avanço da doença. Sozinho, ele passa a ter sonhos febris, ouvindo uma voz angelical que o chama.

Em outro ponto da drama, outro importante personagem também diagnosticado com Aids, mas lida de forma diferente. Perverso e ultraconservador, o advogado republicano Roy Cohn prefere esconder a doença e também sua homossexualidade. Já Joe Pitt, um jovem advogado e uma espécie de pupilo de Roy, segue os seus passos, mas não necessariamente por admiração, mas, sim, por ter sido criado rigorosamente na religião Mórmon. Para piorar, ainda tenta manter, sem sucesso, um casamento com Harper, uma jovem consumidora de Valium, que vive atormentada com alucinações.

Com o HIV em comum, Joe e Prior seguem destinos distintos. O primeiro, enfim, assume que é gay e acaba iniciando uma relação homoafetiva com Louis (ex de Pior). Já o segundo é apontado pelo personagem Anjo como o escolhido para estabelecer a paz e parar com os movimentos migratórios da humanidade. Prior, no entanto, reluta em assumir este papel, por se sentir tomado por uma dúvida: é necessário parar e pensar, ou seguir em constante movimento?

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