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Baseados em dramas pessoais dos atores, solos ‘Em uma Manhã de sol’ e ‘Laura’ estreiam nesse fim de semana

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos
“Laura” (E) e “Em uma Manhã de Sol” são inspirados em dramas do próprios atores Fotos: Divulgação

Enquanto “Em uma Manhã de Sol” estreia nessa sexta-feira (03), às 19h, no Sesc Tijuca, “Laura” entra em cartaz na Sala Municipal Baden Powell, em Copacabana, no sábado (04), também às 19h. O que estes dois espetáculos têm em comum? Além de serem solos, são inspirados em dramas pessoais dos próprios protagonistas, que, não por acaso, assinam também os respectivos textos.

Sob direção de Eduardo Vaccari, Flávia Lopes construiu “Em uma Manhã de Sol” a partir de crônicas que começou a escrever em 2016, quando seu marido foi diagnosticado com leucemia. Com uma narrativa na terceira pessoa, a atriz começou a compartilhar seus textos sobre a fragilidade da vida diante da iminência da morte no Facebook. Passado um tempo, e com a repercussão conquistada graças ao poder de alcance das redes sociais, ela começou a misturar seus relatos aos de outras mulheres que partilhavam de momentos semelhantes no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel.

Com isso, as crônicas de Flávia acabaram servindo como ferramenta para expor as péssimas condições da saúde pública do Rio de Janeiro – inclusive do Hupe, onde funcionários trabalhavam com uma estrutura precária e sem salários – e seguiram até o transplante de medula óssea 50% compatível com o marido, realizado um ano após o diagnóstico.

— No meio de uma guerra pessoal, que era a doença do meu marido, vivia uma guerra social, o corpo hospitalar do Hupe e UERJ, que também seguiam doentes. Senti vontade de falar da vida dentro daquele hospital público, para tornar visível o que parece invisível. Com o tempo e o alcance das publicações, muitas pessoas me falavam para fazer algo com essas histórias que eu escrevi. Eu só podia imaginar o teatro para dar voz e corpo a elas — lembra Flávia, que está em seu primeiro solo.

Já em “Laura”, Fabrício Moser, que também assina a direção, recorreu a objetos, fotografias familiares, entrevistas e registros em vídeo para falar sobre a personagem-título, sua própria avó, que foi assassinada na rua, por um desafeto amoroso, em 1982, quando ele tinha apenas nove meses de vida. Mesmo não tendo convivido com a avó, pela pouca idade e por morar em outro estado na época, o ator sofreu com um trauma causado pela forma como Laura morrera.

Diante das consequências, ele passou a se afastar do ambiente familiar e a conviver com uma vazio interno. E são estas experiências que ele compartilha com os espectadores. Aliás, o próprio público pode fazer o mesmo, narrando suas tragédias, compartilhando um café com os presentes ou até deixando mensagens para as suas avós, que serão colocadas ao lado de outras centenas que compõem o cenário.

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