Embora tenha nascido em Recife (PE), o cronista esportivo, poeta e compositor Antonio Maria (1921-1964) veio a fazer seu nome a quilômetros de distância, aqui no Rio de Janeiro, onde chegou aos 19 anos. Esta reviravolta, inclusive, é um dos momentos marcantes de sua trajetória que é contada em “Maria”, solo protagonizado e adaptado por Claudio Mendes e dirigido por Inez Viana, que reestreia nessa sexta-feira (06), às 17h, no Espaço II, nova sala do Centro Cultural Solar de Botafogo.
Em sua quarta temporada, o monólogo volta a costurar a vida e a obra de uma das principais figuras da cena cultural e esportiva do Rio durante os chamados Anos Dourados. A autobriografia é descortinada a partir de suas próprias crônicas e canções reunidas na dramaturgia assinada por CLaudio Mendes, que atua acompanhado da violoncelista Maria Clara Valle – confira imagens mais abaixo.
Ao longo dos 55 minutos de peça, entre um cochilo e diversas tarefas a cumprir, o personagem fala sobre o Rio, a cidade que escolheu para viver – com suas maravilhas e mazelas – e também assuntos como feiura, velhice, solidão, amor, trabalho, dívidas e insatisfações.
Por “Maria”, Claudio Mendes recebeu duas indicações a prêmio de Melhor Ator, uma no Cesgranrio e outra, no Botequim Cultural.
— Minha alma colou na do Maria desde a primeira leitura. Nesse espetáculo quero tentar traduzir para o teatro toda beleza, poesia, humor, acidez, ironia, a graça das palavras deste grande cronista, poeta e compositor. Quero emprestar a ele o meu melhor, como ele me deu o melhor que havia nele e fazê-lo chegar às pessoas. Acho o momento perfeito para se ouvir Antônio Maria — acrescenta o ator.