O Teatro da Universidade Celso Lisboa, no Engenho Novo, abre seu palco para duas peças que irão ocupar o espaço durante o mês de outubro. Com ingressos a preços populares (R$ 20), o centro cultural, que conta com programação cultural regular, terá sessões, sempre às 20h, de “Marat/Sade”, às quintas, e “O Casamento do Pequeno Burguês”, às sextas. Em comum, ambas foram escritas por autores de renome internacional.
Com dramaturgia do alemão Peter Weiss (1916-1982), “Marat/Sade” fala sobre o tema “loucura” e sua institucionalização com base em fatos verídicos e históricos. Escrita na década de 60, a montagem conta a história da perseguição e assassinato de Jean-Paul Marat, médico, filósofo e personagem da Revolução Francesa (1789-1799). A apresentação cita também o Marquês de Sade (1740-1814), outra figura emblemática do confronto, o que explica o título da peça.
Weiss contrapõe “loucura” e “sanidade” para discutir, sob vários ângulos, a Revolução Francesa. Entretanto, o espetáculo não se limita a este acontecimento do século XVIII, o que o faz parecer atual. Para isso, são abordados o individualismo (representado na figura de Sade), o coletivismo (Marat), as ideias de um bem comum, os extremismos e as vozes que clamam por igualdade, liberdade e fraternidade.
Já a comédia dramática “O Casamento do Pequeno Burguês”, do também alemão Bertolt Brecht (1898-1956), encena um casório conflituoso. Através desse matrimônio, a peça fala de uma sociedade burguesa e seus valores em declínio, com tradições e conveniências ditadas pelas normas sociais. Na trama, o pequeno burguês, vai se revelando à medida em que são servidos bacalhoada e vinho aos convidados.