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Com textos de Beckett, ‘Vozes do Silêncio’ dá voz a ‘mulheres silenciadas pela sociedade’ em temporada virtual

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Carolina Virgüez em cena de “Vozes do Silêncio” Fotos: Fábio Ferreira/Divulgação

No release enviado á imprensa para divulgação de “Vozes do Silêncio”, a proposta do solo está muito bem definida: dar voz “às mulheres silenciadas pela sociedade”. E para cumpri-la, a montagem protagonizada por Carolina Virgüez recorreu a três textos de ninguém menos que Samuel Beckett (1906-1989), dramaturgo irlandês considerado um dos mais influentes do século XX. Entre diferentes linguagens artísticas, “Não eu”, “Passos” e “Cadência”, que foram traduzidos pelo diretor Fábio Ferreira, abrem espaço para suas respectivas personagens compartilharem suas histórias e dramas em temporada virtual que começa nessa sexta-feira (02/04), às 19h, na plataforma Sympla Streaming.

Sobre elas, são existências femininas que têm como pontos em comum as diferentes violências – física, psicológica, moral – sofridas diariamente. Mas que, apesar de tais mazelas, questionam os cancelamentos da presença (e da voz) da mulher na sociedade.

E embora tenham sido escritos entre 1972 e 1980, os textos de Beckett, que trazem estas mulheres, permanecem contemporâneos, segundo Fábio Ferreira, um estudioso da obra do autor irlandês.

— São personagens atuais até hoje, que têm suas vozes e corpos negados. A voz feminina tem sido calada ao longo de séculos na cultura ocidental. Pensar o que se perdeu com todo esse silenciamento e perceber como se deu e se dá até hoje, pode tornar mais claros os caminhos futuros. Digo que “Vozes do Silêncio” é um falso monólogo porque traz muitas vozes. E elas não estão sozinhas. São vozes que ecoam e se multiplicam nas vozes de mãe e filha — explica o diretor.

Carolina Virgüez é a protagonista do solo

— As três peças, em diferentes aspectos, têm uma relação com a maternidade. Há sempre duas mulheres se olhando, se projetando uma na outra. São mulheres que, de alguma maneira, ficaram presas a situações. Falamos sobre a ausência do ser, sobre negação, silenciamento, servidão, luto e imposição — acrescenta Carolina Virgüez, que trabalhou com Fábio Ferreira pela primeira vez em 2008, no espetáculo “Mistério Bufo”

Cada texto corresponde a uma cena curta, plástica e poética, que não se limita à dramaturgia, mas, ao mesmo tempo, estabelece um diálogo com ele, levando ao público o questionamento sobre quem fala e de onde vêm tais vozes.

— Brinco com as possibilidades de registrar o momento com câmera por meio de fusões, inversões de sentido e articulações entre trilha e movimento — conclui o diretor Fabio Ferreira, que levou referências do cinema experimental russo e da artesania teatral ao espetáculo, que foi gravado num casarão no bairro da Glória, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.

*ERRATA: ao contrário do informado inicialmente, às sessões acontecem às 19h, não às 20h. O erro foi corrigido.

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