Depois de trabalhar com três textos estrangeiros, a Lunática Companhia de Teatro estreia no ano que vem seu primeiro espetáculo com dramaturgia brasileira. Escrito em apenas 16 páginas por Claudia Barral no distante ano de 2000, “O Cego e o Louco” finalmente sai do papel para os palcos na montagem dirigida por Gustavo Wabner, que começa temporada no Sesc Copacabana no próximo dia 04, primeira sexta-feira de janeiro.
Na trama, dois irmãos de personalidades distintas moram juntos e dividem ano após ano um cotidiano solitário. Enquanto Alexandre Lino interpreta Nestor, um pintor cego de pulso firme e gênio forte, Daniel Dias da Silva dá vida ao caçula Lázaro, um homem frágil e de poucas palavras.
Esta estreita relação – na qual muitas vezes o zelo fraterno dá lugar a um rancor sem limites – começa a ganhar contornos ainda mais dramáticos depois que eles chamam uma vizinha para tomar um chá. Enquanto esperam pela convidada, os irmãos começam a trazer do passado traumas que vêm acompanhados de delírios, sonhos e culpas.
— Me chama a atenção como a peça fala de coisas profundas sobre a vida, sobre o desejo de romper as barreiras da rotina. Ao mesmo tempo traz reviravoltas instigantes que aprofundam a questão — acrescenta Daniel Dias da Silva.
Antes de “O Cego e o Louco”, a Lunática já havia montado “O Princípio de Arquimedes” (2017), do catalão Josep Maria Miró; “Esse Vazio” (2016), do argentino Juan Pablo Gómez; “Matador” (2012), do venezuelano Rodolfo Santana.