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Em cartaz online com ‘Race’, diretor Gustavo Paso rechaça rótulo de ‘teatro virtual’ e lembra debates pós-peça: ‘Branquelo não é racismo’

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos

A polêmica sempre existiu: teatro, para ser considerado teatro, precisa, necessariamente, ser ao vivo e com presença de público? Muitos acham que sim e outros tantos, que não. Aí, veio a pandemia de Covid-19 restringindo drasticamente as atividades nas salas e obrigando aqueles que torciam o nariz para o virtual a optarem por um caminho para seguir na ativa. Ou seja, insistir no presencial, expondo-se mais à contaminação e correndo o risco de ter a temporada interrompida por um decreto das autoridades diante de um colapso no sistema de saúde; exibir uma peça já montada na Internet; ou recorrer à rede, porém, se reinventando e pensando em novos formatos. Gustavo Paso está neste terceiro grupo.

Até o dia 11 de abril, o diretor segue em cartaz numa plataforma digital com  a peça de teatro “Race”. Aliás, peça de teatro, não. Cineteatro, como a Cia. Teatro Epigenia, responsável pela produção, vem chamando! Em entrevista para a RIO ENCENA TV (inscreva-se aqui), Gustavo explicou que acha válida a incursão do teatro na Internet, com exibições e transmissões ao vivo de espetáculos, mas, particularmente, prefere o resultado que saiu dos ajustes que fez em “Race”, trabalho de 2016 que ganhou um formato mais audiovisual, com trilha sonora, cortes, edição…

— Acho incrível, que deve continuar sendo feito. Só não é teatro. Mas é algo que pode nos aproximar, pode ajudar, ajudar pessoas a trabalharem, sou totalmente a favor. Mas me reservo de querer fazer algo com uma qualidade top. E aí para eu fazer no vídeo, tem que ser para vídeo — ressalta.

Sobre o texto de “Race”, escrito pelo norte-americano David Mamet e importado por Paso, o racismo é abordado a partir das reviravoltas que um grupo de advogados protagoniza ao elaborar a defesa de um homem branco acusado de violentar uma mulher negra. E assim como nas temporadas presenciais, as apresentações online estão sendo sucedidas por debates entre diretor, elenco e público, que estendem a reflexão sobre o assunto.

E nestes encontros, Paso destaca um argumento que, não raro, é ouvido no dia-a-dia.

— Muitos debates eram abertos por brancos, caucasianos, netos de europeus tentando justificar alguma coisa. Isto não era incomum. E na maioria das vezes, eram grandes bobagens (risos), que eram refutadas, imediatamente, porque sempre tinha alguém na plateia, negro… O branco confunde muito bullying com racismo. Acha que branquelo é racismo. Branquelo é bullying. Racismo é outra coisa — enfatiza.

Assista abaixo à entrevista na íntegra:

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