Líderes de indicações da 28ª edição carioca do Prêmio Shell, os espetáculos “Caranguejo Overdrive”, “Salina (A Última Vértebra) – com quatro cada uma – e “Krum” – três – confirmaram o favoritismo e foram os principais destaques na cerimônia de premiação, realizada na noite desta terça-feira (15/03), no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico. Após uma disputa equilibrada, definida só na última categoria, o drama “Caranguejo”, da Aquela Cia. de Teatro, saiu como o grande vencedor, com três troféus, contra dois de cada uma das outras duas montagens. A decepção da festa, que homenageou Fernanda Montenegro, foi o musical “Kiss me Kate – O Beijo da Megera”, que saiu de mãos vazias quase dois meses após ter sido o maior ganhador do Prêmio Cesgranrio, com três triunfos.
A cerimônia, que premiou individualmente os vencedores com um troféu na forma de uma concha dourada, além da quantia de R$ 8 mil, foi apresentada pela atriz e cantora Laila Garin, vencedora em 2014 como melhor atriz pelo musical “Elis”.
Depois de citar o júri, formado por com Ana Achcar, Bia Junqueira, João Madeira, Macksen Luiz e Moacir Chaves, Laila começou a divulgar um por um os vencedores. Ao longo da cerimônia, o equilíbrio foi notório, a ponto de as três peças com mais indicações chegarem à nona e última categoria lado a lado com dois troféus, cada. A disputa, contudo, acabou desempatada com o anúncio da colombiana naturalizada brasileira Carolina Virgüez como melhor atriz por sua atuação em “Caranguejo Overdrive”.
– Eu me sinto brasileira. Muito obrigada, porque tudo o que sei, devo a este país tão bonito. Obrigada por me receber – disse a atriz, em seu discurso, dedicado também à mãe, falecida há um mês, e ao companheiro, Paulo Passos.
Entretanto, não houve destaque maior na noite do que Fernanda Montenegro, a grande homenageada do evento. Uma das últimas a chegar ao Espaço Tom Jobim, acompanhada de familiares, a veterana atriz, de 86 anos, foi aplaudida de pé por quatro vezes: ao entrar no teatro, ao ter o nome anunciado como homenageada da noite e antes e depois do discurso, no qual, entre outros assuntos, falou sobre o encontro de gerações no teatro.
– Com todo respeito aos jovens que estão tocando o teatro hoje, a geração que vai de 80 a 100 anos existe ainda. O teatro nos dá essa oportunidade. Sempre há um grande papel para uma velhinha, para um velhinho… – brincou ela, antes de lembrar de seu ex-marido, o ator, diretor e produtor Fernando Torres (1927-2008): – Ele faz parte da minha vida, e possivelmente minha vida teria sido outra se não o tivesse conhecido.
Confira os vencedores abaixo:
MÚSICA
Nei Lopes por “Bilac vê Estrelas”
ILUMINAÇÃO
Paulo Cesar Medeiros por “A Santa Joana Dos Matadouros”
FIGURINO
Ana Teixeira e Stephane Brodt por “Salina (A Última Vértebra)
CENÁRIO
Fernanda Marés por “Krum”
INOVAÇÃO
Companhia Amok Teatro pelo processo de seleção e treinamento do elenco para o espetáculo “Salina” ( A Última Vértebra)
AUTOR
Pedro Kosovski por “Caranguejo Overdrive”
DIREÇÃO
Marco André Nunes por “Caranguejo Overdrive”
ATOR
Danilo Grangheia por “Krum”
ATRIZ
Carolina Virgüez por “Caranguejo Overdrive” (colombiana naturalizada brasileira)