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Empates, discurso engajado de Amir Haddad e ‘Suassuna’ com quatro troféus marcam o 12º Prêmio Aptr

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Todos os ganhadores da noite posaram para a tradicional foto ao fim da cerimônia Fotos: Luiz Maurício Monteiro

Das 13 categorias em disputa na entrega do XII Prêmio Aptr, na noite desta quarta-feira (09), no Theatro Net Rio, quatro terminaram divididas entre dois indicados. O empate quádruplo, porém, não foi a única marca da festa, que chegou a ter sua realização ameaçada por falta de recursos, como admitiu Eduardo Barata, presidente da Associação de Produtores de Teatro do Rio em seu discurso final – quando também apontou este motivo para não haver premiação em dinheiro.

Com apresentação de Renata Sorrah e Jonathan Azevedo, a 12ª edição do Prêmio Aptr contou com um júri formado por Bia Radunsky, Daniel Schenker, Lionel Fischer, Luiz Felipe Reis, Macksen Luiz, Maria Siman, Rafael Teixeira, Rodrigo Fonseca, Tânia Brandão e Wagner Correa, que avaliou os espetáculos encenados nos palcos cariocas em 2017.

Destes, o grande destaque, de acordo com os jurados, foi “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”. Montada pela companhia Barca dos Corações Partidos, a peça saiu vencedora em quatro categorias: Música, Figurino, Ator Coadjuvante e Autor. Em seguida, ficaram “Agosto”, com três triunfos, e “Hamlet”, com dois. Já a categoria de Melhor Espetáculo ficou com “Tom na Fazenda”.

Armando Babaioff (C) ao lado de companheiros de “Tom na Fazenda”, que ganhou como Melhor Espetáculo

Entre um anúncio e outro, dois momentos de praxe em cerimônias de premiação aconteceram. Primeiro, o vídeo em tributo a artistas que faleceram recentemente, como Solange Badim, Rogéria, Marcia Cabrita, Agildo Ribeiro, Marcos Tumura e Tônia Carrero. Momentos depois, hora de chamar ao palco o homenageado da noite, o ator e diretor Amir Haddad, que fugiu completamente ao protocolo.

Em vez de sozinho, ele foi receber sua homenagem acompanhado de integrantes do Tá na Rua, grupo que coordena desde 1980. Após uma farra, com direito a marchinha (veja no vídeo abaixo), Amir fez seu discurso de forma engajada.

— A festa está bonita, mas temos uma grande preocupação que é a dificuldade de nos mantermos vivos em nossa profissão. Os militares fazem uma pátria; os políticos fazem o país; nós, artistas, fazemos a nação. A manutenção do nosso afeto vivo é a possibilidade única que temos em momentos tão difíceis como estes — bradou, antes de encerrar com seu humor característico: — Nossos atores só não vendem maconha para sobreviver. Mas os rapazes são interessantes, as moças, bonitas…

Na mesma linha de discurso, Guida Vianna, eleita melhor atriz por “Agosto”, aproveitou a presença de uma representante do instituto Itaú Cultural, um dos patrocinadores, para fazer uma “proposta”.

— Cadê a menina do Itaú Cultural? O que acham de fazer um fomento para substituir a prefeitura, que não pagou ainda o de 2016. Dorme com isso na cabeça — brincou.

Vencedor na categoria Melhor Ator por “Num Lago Dourado”, o veterano Ary Fontoura seguiu na mesma linha da resistência por parte dos profissionais da arte.

Ary Fontoura faz seu discurso após ganhar o troféu de Melhor Ator por “Num Lago Dourado”

— Há 70 anos, eu começava nesta profissão. E quando disse que queria ser artista, me falaram que esta profissão não existia. E há 70 anos, testemunho que ela existe e existirá para sempre. Eu só fiz isso na minha vida inteira. Continuo trabalhando, tenho um gás danado para continuar e não tem empecilho que me faça parar. Resistir é o que devemos fazer. O teatro merece esse nosso sacrifício, se bem que quando se faz por amor, não é sacrifício — comentou.

Confira abaixo a lista completa com os vencedores:

MÚSICA
João Callado por “Zeca Pagodinho – Uma História de Amor ao Samba” e Alfredo del Penho, Beto Lemos e Chico César por “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”

ILUMINAÇÃO
Paulo César Medeiros por “O Jornal” e Adriana Ortiz por “Monólogo Público”

FIGURINO
Kika Lopes e Heloísa Stoclker por “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”

CENOGRAFIA
Carla Berri e Paulo de Moraes por “Hamlet”

ATRIZ EM PAPEL COADJUVANTE
Letícia Isnard por “Agosto” e Lisa Eiras por “Hamlet”

ATOR EM PAPEL COADJUVANTE
Fábio Enriquez por “Suassuna- O Auto do Reino do Sol”  e Claudio Mendes por “Agosto”

DIREÇÃO
José Roberto Jardim por “Adeus, Palhaços Mortos”

AUTOR
Bráulio Tavares por “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”

ATRIZ
Guida Vianna por “Agosto”

ATOR
Ary Fontoura por “Num Lago Dourado”

ESPECIAL
Veríssimo Jr pelo Trabalho no Teatro da Laje

ESPETÁCULO
“Tom na Fazenda”

PRODUÇÃO
Morente Forte Produções Teatrais por “Um Bonde Chamado desejo”

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