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Isolados, mas não parados!

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35 anos, bacharel em Artes Cênicas pela UNIRIO, licenciada em Letras pela Estácio de Sá, atriz, escritora, tradutora e ávida leitora nas horas vagas.
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Mesmo em situações extremas como estamos passando agora mundialmente, tendo que ficar isolados, não necessariamente precisamos ficar parados. A falta do contato com outras pessoas pode ser uma benção ou uma danação. Nem sempre o que nos acontece nos define, mas como reagimos aos fatos.

Nessas horas, gosto de citar o escritor William Shakespeare como exemplo a ser seguido, em alguns âmbitos. Claro que não possuímos o grande talento do bardo, no entanto é sempre bom saber como outras pessoas reagiram em situações similares a nossa. Reza a lenda que durante a pandemia da Peste Negra na Inglaterra, supostamente, Shakespeare tenha escrito ‘Rei Lear’. Ao certo não podemos afirmar essa ideia, mas sabemos que o bardo perdeu seu filho, chamado Hamnet, e que ‘Hamlet’ é um retrato de um jovem deprimido que chega a ver o fantasma do falecido pai. Seria essa a resposta do autor para o luto que lhe assolava?

Oscar Wilde, o dramaturgo bretão-irlandês, foi preso e condenado a trabalhos forçados por dois anos por atividades homossexuais. Além de forçados trabalhos pesados que seriamente lhe debilitaram a saúde, Wilde também escreveu. De seus escritos na prisão damos destaque a uma longa carta que ele escreveu a Alfred Douglas, que denominou “De Profundis”, “A Alma do Homem sob o Socialismo” e ainda o poema “Balada do Cárcere de Reading”. Oscar Wilde recebia diariamente uma folha de papel, na qual ele dobrava ao meio, fazendo-a virar quatro páginas onde escrevia a lápis.

Depois das páginas completas, ele tinha direito a outra folha de papel na qual repetia a ação. Seu texto produzido na prisão não podia ser relido por ele, portanto não foram revisados pelo autor.

William Shakespeare (E), Oscar Wilde, Frida Kahlo e Renato Russo Fotos: Divulgação/Reprodução

Frida Kahlo, pintora renomada mexicana, sofreu um acidente de ônibus, em que o para-choque do veículo atravessou seu corpo. Frida por um tempo pintou de sua cama com cavaletes adaptados a ela. Em seu vasto trabalho de auto-retratos, ela levou sua realidade à tela. Podemos vê-la usando colete ortopédico na tela “A Coluna Partida”.

Renato Russo, musico brasileiro do final da década de 70 a meados de 90, ficou de cama por dois anos na adolescência. Convalido de uma doença que o manteve acamado por esse longo período, Renato, então, se dedicou ao estudo de línguas e música de tal forma que ele soube muito bem aproveitar em seu prolifico trabalho como musico. Afinal, escrevia e cantava não só em português, como também inglês e italiano.

E você? Tem assistido a peças online? Lido livros? Escrito alguma coisa? Arrumou suas gavetas? Organizou papéis antigos? Como você vai lembrar do período de quarentena em que estamos?

Um aceno de mão efusivo e até a próxima semana!
Dúvidas, críticas ou sugestões, envie para luciana.kezen@rioencena.com.

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