Marcelo Serrado é o novo diretor artístico da Cidade das Artes. O ator, diretor, produtor e agora gestor público foi nomeado pela presidente da Riotur, Daniela Maia – irmã do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) – em substituição à atriz Bel Kutner, que ficou no cargo entre 2017 e 2020. Com um orçamento anual na casa dos R$ 15 milhões, ele pretende dar ao centro cultural da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, uma gestão democrática e heterogênea, não apenas em termos de programação, mas também em relação a público e atividades paralelas.
— Uma gestão democrática, plural e com diversidade. É assim que idealizamos a gestão da Cidade das Artes, priorizando o acesso da população, com uma programação de qualidade, múltipla e que se comunique com os cariocas, fluminenses e visitantes — adiantou o ator, à coluna do jornalista Ancelmo Góis, no jornal O Globo.
Serrado – que no equipamento já se apresentou com o musical “A Noviça Rebelde” e o solo “Os Vilões de Shakespeare” – planeja ter como espinha dorsal da programação musicais, balés e espetáculos de dança, além de pelo menos uma ópera por ano. Já festas rave, que já foram realizadas no espaço, devem ser descartadas pela nova direção e pelo presidente recém-empossado, Claudio Versiani.
Para além da programação para o público, Serrado tem em mente um projeto voltado para profissionais das artes cênicas. Entre as novidades que ele quer implementar está uma escola de musicais, que seria direcionada a jovens de baixa renda.
— A Cidade das Artes dará oportunidade para os jovens da periferia que pretendem estudar, se aperfeiçoar, buscando a profissionalização desta linguagem de espetáculo — disse.
Já sobre o público, Marcelo Serrado espera levar à Cidade das Artes um leque mais amplo de perfis de espectador.
— Além da população da região, a Cidade das Artes é ao lado do Terminal Alvorada do BRT. Queremos desenvolver projetos com as secretarias de Educação e Cultura. Ainda não consegui conversar com o (secretário de Cultura Marcus Vinicius) Faustini, mas queremos criar parcerias — enfatiza Serrado, também a O Globo.
No entanto, para que todos estes projetos e novidades saiam do papel, é necessário que o quadro da pandemia de Covid-19 esteja menos preocupante do que o atual.
— Tudo o que estamos discutindo é pensando na vacina. Se a pandemia permitir, daria para pensar em até 200 pessoas num espaço para mil. Mas só se tiver segurança total, caso contrário, vamos aguardar — destaca.
