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Nilcemar Nogueira deixa Secretaria Municipal de Cultura; Mariana Ribas assume

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Mariana Ribas (E) assume o cargo que foi de Nilcemar Nogueira por dois anos Fotos: Reprodução/Internet

Nilcemar Nogueira não é mais Secretária Municipal de Cultura. Na noite desta quinta-feira (14), a gestora cultural publicou uma nota em ser perfil no Facebook informando que está deixando o cargo “atraída por um novo e tão apaixonante desafio”. Ainda dentro da gestão do prefeito Marcelo Crivella, por quem foi convidada para assumir a pasta logo no início do mandato em 2017, ela será a responsável pela criação do Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (confira o pronunciamento na íntegra no fim da página). Em seu lugar, entra Mariana Ribas. A substituição foi confirmada pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC).

Pós-graduada em Jornalismo Cultural, Mariana já foi secretária-executiva do Ministério da Cultura. Em junho do ano passado, ela foi nomeada diretora da Agência Nacional do Cinema (Ancine), com um mandato válido por quatro anos. O RIO ENCENA tentou entrar em contato com a nova secretária de cultura para falar sobre esta e outras questões, mas não até o fechamento desta matéria, ainda não havia sido possível.

Nilcemar deixa o cargo em meio a uma polêmica. Depois de dois anos na SMC, somente nesta semana ela lançou um edital de seleção para residência artística de seis teatros da rede municipal (Teatro Serrador, Teatro Ipanema, Espaço Cultural Sergio Porto, Teatro Ziembinski, Sala Baden Powell e Teatro Café Pequeno). Com algumas alterações em relação ao modelo que vinha sendo usado nos anos anteriores, o comunicado gerou insatisfação entre produtores culturais, que, inclusive, se reuniram no fim da tarde de quinta no Circo Voador para pensar em medidas contra o processo de seleção.

Entre as principais reclamações, estavam a repasses financeiros da prefeitura para os vencedores da seleção; o curto prazo para apresentar propostas (oito dias); o fato de qualquer empresa poder concorrer, inclusive as que não tem ligação com o setor cultural; a demora para a publicação do edital, que estaria pronto desde de dezembro; a curta duração da residência, apenas seis meses.

Confira a nota de Nilcemar Nogueira na íntegra:

E lá vou eu …

Deixo nesta sexta-feira a Secretaria Municipal de Cultura, atraída por um novo e tão apaixonante desafio, dentro da Prefeitura do Rio: a implantação de um instituto que realizará o sonho maior da criação do Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira. Quero manifestar meu agradecimento mais sincero e cordial a todos os amigos da Cultura que me acompanharam nesses dois anos de lutas, alegrias e sucessos. Sem vocês não teria sido possível realizar, a despeito das restrições orçamentárias típicas de um momento de crise econômica, tudo que conseguimos em termos de avanços nas políticas públicas de cultura.

Sou uma mulher negra e, como todas, uma lutadora nata. Sabemos quanto há de preconceito em parte da sociedade ao ver uma mulher, negra e oriunda das classes populares assumir uma pasta como a da Cultura. Ao enfrentar esse preconceito, me afirmo sempre nas lições de vida e luta de meus avós Zica e Cartola, e de toda minha ancestralidade. Eles me batizaram no altar do samba e me criaram com a cabeça erguida e a certeza da minha e nos nossos potenciais de criação. Vencer demandas me levou ao doutorado. Eu me orgulho de ser a doutora Nilcemar.

O que importa é que, nesses dois anos, conseguimos todos juntos mudar a cara da cultura da cidade. Na eleição do Conselho Municipal de Cultura, com participação de todas as regiões da cidade, nas ações de capacitação para inscrição de projetos em editais, na política de escuta participativa, na democratização da distribuição de ingressos gratuitos, no aumento de público nos equipamentos, na reativação do Terreirão do Samba, na ressignificação da Cidade das Artes, na reabertura do Teatro Maria Clara Machado, no reposicionamento da Riofilme e em tantas outras realizações, nossa maior preocupação foi sempre o desenvolvimento de políticas públicas participativas transparentes, pautadas no diálogo, com foco na diversidade, transversalidade e no desenvolvimento social e humano. Sem falar no encaminhamento a câmara do Sistema Municipal de Cultura – importante pela criação do fundo e do plano municipal de cultura – um marco legal divisor de águas.

A equipe da Cultura enfrentou tudo com energia criativa para garantir oferta cultural, espaços públicos abertos, com programação de qualidade e representando a diversidade social de nossa cidade e nosso país.

Abro meu coração a todos e a cada um de vocês para que a gratidão e o carinho transbordem.
Sei que nossos guias estão, como sempre estiveram, juntos de todos nós. E iluminarão os caminhos desse novo desafio que agora abraço. Agradeço ao prefeito Marcelo Crivella a confiança e o apoio.

Um beijo no coração de todos que estiveram comigo nesta caminhada e torcida.

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