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‘O Desmonte’, uma linda montagem teatral

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35 anos, bacharel em Artes Cênicas pela UNIRIO, licenciada em Letras pela Estácio de Sá, atriz, escritora, tradutora e ávida leitora nas horas vagas.
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Açúcar, Cafeína e eu tivemos um sério problema esta semana. Não costumo levar a público minha vida pessoal, mas estas duas me tiram do sério. Resolvemos dar um tempo. Não consigo mais viver desta maneira. Suadores, agitação, falta de sono… Precisamos de distância! Pelo menos por um tempo.

Assim, fui atrás da Caboclas Produções que tanto me agradou recentemente com “Eu, Chaplin”. Eles tinham crédito comigo e um espetáculo em cartaz online. Resolvi juntar o útil ao agradável. “O Desmonte” fica em cartaz no YouTube da Caboclas Produções ou no Facebook da peça até 30 de outubro, sempre de quinta a sábado, às 20h.

Esse monólogo escrito e dirigido por Amarildo Felix, com interpretação de Vitor Placca, são 50 maravilhosos minutos de um texto bem construído. Sem sombra de dúvidas, um dos trabalhos mais bem executados que assisti nesta quarentena. Não só teve uma excelente sacada de uma personagem que surgia de uma secretária eletrônica, como também uma sacanagem no próprio texto por uma secretária eletrônica ainda existir e ser usada por alguém nos dias de hoje!

Destaco também que foi a primeira peça que assisti online, onde TODO o apartamento foi usado de cenário. Pode haver outras, no entanto, foi a primeira que assisti assim. Tipo, começamos a peça no banheiro, passamos pela sala, cozinha (com direito a câmera dentro do forno, adorei!), quarto e até um olhar pela janela do apartamento para a rua. Nossa, parabéns! Achei tudo muito bacana.

Vitor Placca é o protagonista de “O Desmonte” Foto: Divulgação

Não só as múltiplas câmeras dialogavam com o texto, como também filtros foram muito bem usados dando uma certa textura e ambientação à estória. Achei muito da hora a sobreposição de animação com a imagem transmitida, sem contar que sou fã de jogo de palavras, algo que o texto faz uso em dados momentos sem parecer cansativo. Deixo aqui um super parabéns para a direção de arte de Antonio Vanfill e a iluminação de Thiago Capella. Arrasaram!

Sei que pode parecer besteira levar isso em consideração, mas lembrando que não acontece em todos os casos, gosto de frisar quando o ator tem pleno domínio e entendimento do texto. Falo isso não só por fazer questão de comentar que essa parte não se dá quando o ator em cena não engasga no texto, nem sempre isso incomoda ou é sinal de algo ruim. Só que, principalmente vindo de um texto que eu não antes conhecia, gosto de ressaltar que foram 50 minutos de texto em que não houve dúvidas de entendimento de minha parte. Olha, eu já assisti um bocado de peça onde eu conhecia bem o texto e mesmo assim não entendi nada do que foi dito. Vitor Placca não só está muito bem em cena como também vagueia confortavelmente por todo o apartamento-cenário de maneira magnífica.

Com essa segunda peça que assisti, agora, posso afirmar com certeza: virei fã da Caboclas Produções. Fato! Das novidades que venho tomando conta nesta pandemia, este foi um grande achado. Espero poder assistir mais peças deste nível de qualidade. Deixo aqui esta super indicação para você que está em casa, como eu, procurando projetos interessantes para se entreter.

Um aperto de mão efusivo e até a próxima semana.
Dúvidas, críticas ou sugestões, envie para luciana.kezen@rioencena.com.

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