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O poderoso Trombone

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35 anos, bacharel em Artes Cênicas pela UNIRIO, licenciada em Letras pela Estácio de Sá, atriz, escritora, tradutora e ávida leitora nas horas vagas.
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Na cronologia que segue dentro da minha cabeça, foi meio que assim. Eu curtia escutar Trem da Alegria na época. Verão de 89/90. E em um dos álbuns tinha uma faixa que eu achava incrível. ‘Fera Nenem’. Juninho Bill ia resolver os problemas do Brasil se fosse eleito presidente. E ele cantava com um outro camarada.

E esse Evandro Mesquita é maneiro. Ele tem uma banda dele? Posso ouvir? Ele fazia parte de um grupo de teatro? Nome engraçado do grupo. Mas é o mesmo cara que faz a novela “Top Model”?

Nelson Motta escreve “um esperto e atrevido Asdrúbal toca seu poético trombone: um projeto assombroso” no jornal O Globo de 12 de agosto de 1980. Vai ver foi por isso que Heloísa Buarque de Holanda escolheu essa matéria para abrir seu livro sobre o grupo teatral carioca “Asdrúbal Trouxe o Trombone _ memórias de uma trupe solitária de comediantes que abalou os anos 70” (Editora Aeroplano. 2004). Esperei sair esse livro quase que como um novo livro da série Harry Potter.

Tenho uma verdadeira fascinação por esse grupo de teatro. Acho que começou como uma coisa meio infantil de achar o nome engraçado. Atores e atrizes que eu adorava estavam relacionados a esse nome engraçado. Li ambas as peças “O inspetor Geral” e “Ubu-Rei” para entender melhor o que foi escrito sobre essas pessoas maravilhosas que eu cresci vendo e ouvindo e não sabia que tinha essa história maravilhosa e transformadora no teatro brasileiro.

O livro com imagens e texto sobre o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone Fotos: Acervo pessoal/Luciana Kezen

No livro, que é de 2004, Heloísa Buarque de Holanda começa a introdução escrevendo “quem tem mais de 40 anos hoje não pode deixar de ter ouvido falar,”. Pronto! Eu tava dentro. Eu tinha 20 anos quando abri esse livro pela primeira vez. Ia ser a minha melhor leitura do verão. Tá legal, eu já sabia que a Blitz começou com amigos que se conheceram fazendo teatro. Faz todo sentido agora!

E eu não tinha noção que Evandro Mesquita desenhava tão bem! Incrível. Foi idealização do Perfeito Fortuna o Circo Voador? Regina Casé veio de família de artistas. Por isso ela é tão genial desde sempre! A cada página uma nova informação, uma curiosidade, um desenho, uma foto… O livro vai mudando até a textura das páginas. Daniel Dantas também fez parte deste grupo! Que mais? Bia Lessa, Karen Acioly, Louise Cardoso… Este livro é um trabalho ímpar. Único! Como o grupo.

Como descrever o Asdrúbal? Um grupo sem classificação. Performático. Inovador. Político. Carioca. Muito brasileiro.
Hamilton Vaz Pereira, Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães, Perfeito Fortuna, Nina de Pádua, Evandro Mesquita e Patricia Travassos, revolucionaram os palcos brasileiros. E ainda revolucionam. Todos esses artistas juntos em um único evento devia esquentar o ambiente. Ainda vamos ao teatro ou ligamos a televisão e nos deparamos com alguns desses nomes. E tenho que dizer, na minha opinião, sempre vem algo bom.

Um aceno de mão efusivo e até a próxima semana!
Dúvidas, críticas ou sugestões, envie para luciana.kezen@rioencena.com.

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