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‘Pança’: fábula teatral reflete sobre circulação e consumo de notícias no mundo contemporâneo

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos

André Marcos e Clarisse Zarvos (de costas) e Julia Pastore estão no elenco da fábula teatral Foto: Thaís Grechi/Divulgação

Com a popularização das redes sociais em meados da década passada, houve um crescimento imensurável na veiculação de notícias mundo afora, tratando dos mais diversos assuntos, partindo de incontáveis fontes (e não só mais de veículos de imprensa) e para todo tipo de público. Ao mesmo tempo, com tanto volume de informações, aumentou também a nossa dificuldade em filtrar o que nos interessa ou não e o que é fato ou fake news. E é sobre este panorama comunicacional da sociedade contemporânea que reflete o espetáculo “Pança”, que estreia nessa quinta-feira (01/07), no Teatro Arthur Azevedo, em Campo Grande.

Responsável por texto e direção, Cecília Ripoll adotou uma estrutura cômica e farsesca para criar uma fábula que chama a atenção para uma frenética reprodutibilidade de notícias e as falhas na comunicação humana. Na trama – encenada pelos atores André Marcos, Clarisse Zarvos, Diogo Nunes, Julia Pastore e Ademir de Souza – um talentoso e endividado escritor que vive num pequeno vilarejo “ouve falar” sobre a mais nova invenção da capital: uma máquina de imprensa. A fim de “bombar” as vendas de seu mais recente romance, ele assume riscos e tira recursos de onde não tem para comprar a tal copiadora mecânica.

Além da máquina de impressão tipográfica – criada pelo alemão Johann Gutenberg, no século XV – a autora foi buscar inspiração também nos clássicos “O inspetor geral”, de Nikolai Gogol; “Arlequim, servidor de dois patrões”, de Carlo Goldoni; e “Galileu Galilei”, de Bertolt Brecht.

— São textos que eu já li várias vezes e que tocam em temas que tinha vontade de desenvolver. “Galileu Galilei” me instiga a refletir sobre os artifícios usados por artistas que desejam pesquisar, sem precisarem ficar à mercê de esquemas engessados; “O inspetor geral” deixa em evidência o ridículo do ser humano a partir de um equívoco, revela o patético por trás de algumas instituições e relações de poder; e “Arlequim” me inspirou no aspecto formal — detalha Cecília Ripoll, que, na montagem, optou pelo uso da linguagem de máscaras teatrais.

No Teatro Arthur Azevedo, “Pança” vai fazer apenas quatro apresentações, até domingo (04). Em seguida, a peça parte para o Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, onde também fica apenas um fim de semana, no fim de julho. Já em agosto, realiza uma temporada online e gratuita no YouTube.

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