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Prefeito Marcelo Crivella admite censura a espetáculo com ‘Jesus Transexual’ por ‘direitos de liberdade religiosa’

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos
O prefeito Marcelo Crivella admitiu censura a atrações da Mostra Corpos Visíveis Foto: Divulgação

O prefeito Marcelo Crivella admitiu que censurou parte da programação da Mostra Corpos Visíveis na Arena Carioca Fernando Torres, no Parque Madureira. Uma das atrações que sofreram o veto do bispo licenciado foi o espetáculo “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”, que traz Jesus Cristo representado pela atriz transexual Renata Carvalho. Durante a abertura dos Jogos Estudantis no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, nesta quarta-feira (06), ele reiterou que não permitirá manifestações artísticas que possam, na sua concepção, ofender a liberdade religiosa das pessoas.

— Se você considera censura, então vou dizer que é. É uma censura para garantir os direitos de liberdade religiosa das pessoas e para elas não serem ofendidas na sua liberdade religiosa. Não chamo de censura. Mas enquanto for prefeito, nos espaços públicos administrados pela prefeitura, não permitiremos manifestações que ofendam a religião das pessoas — ratificou.

A confissão de censura vem depois de um vídeo postado por Crivella no último dia 31 em sua página no Facebook. Na filmagem, o prefeito argumenta que a arena estaria com a programação totalmente suspensa por uma ação judicial resultante de imbróglios no processo de licitação. Esta justificativa chegou a ser reforçada pela Secretaria Municipal de Cultura através de uma nota oficial.

Porém, logo em seguida no vídeo, ele afirma que “nenhum espetáculo, nenhuma exposição vai ofender a religião das pessoas” e “enquanto for prefeito, vamos respeitar a consciência, a religião das pessoas”. Este foi o estopim para os organizadores da mostra começarem a acusá-lo de censura.

Nesta quarta (06), a dois dias do início previsto da Corpos Visíveis, os idealizadores tinham um encontro marcado com a Secretaria Municipal de Cultura, a Comissão de Cultura da Câmara dos Vereadores e a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual. A ideia era chegar a um acordo sobre os rumos do evento. Porém, segundo a página da mostra no Facebook, representantes da SMC  e da Coordenadoria da diversidade sexual não compareceram.

Este encontro havia sido acordado num encontro com Rachel Valença, subsecretária de cultura, no Centro Cultural João Nogueira (o Imperator), no Méier, onde os organizadores da mostra lideraram um protesto na tarde de terça (05).

Sobre a programação, a princípio, estão mantidas as atividades da Corpos Visíveis que serão realizadas fora da Arena Fernando Torres, em outros pontos do Parque Madureira, como o portão 3, as quadras poliesportivas e a Nave do Conhecimento. O Sesc Madureira chegou a ser cogitado, mas respondeu que não poderia sediar o evento por seguir o procedimento de precisar de ao menos 30 dias para receber solicitações do tipo.

Polêmicas anteriores

Esta não é a primeira polêmica sobre supostas censuras na gestão de Marcelo Crivella. No ano passado, a exposição “Queermuseu” foi impedida de ser levada ao Museu de Arte do Rio (MAR). Meses depois, a programação da ocupação “Outubro da Diversidade” sofreu modificações no Castelinho do Flamengo, inclusive com um dos espetáculos precisando ser transferido para outro palco. A justificativa da prefeitura foi uma pane elétrica no local.

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