Reformado e reinaugurado em janeiro de 2016, com direito a show de Bibi Ferreira (1922-2019) – que havia iniciado sua carreira exatamente naquele palco em 1941 – o Teatro Serrador está de portas fechadas. Procurada pelo RIO ENCENA, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC), responsável pela sala desde a reabertura, confirmou, através de sua assessoria de imprensa, que as atividades foram encerradas em junho de 2019 e alegou que o fechamento se deu porque a proprietária do imóvel não quis renovar o contrato de concessão. O outro lado desta história, porém, nega tal versão.
Também em conversa com a reportagem, Nilson Raman, amigo próximo de Brigitte Blair, que adquiriu o teatro em 1984 e dá nome à sala de espetáculos, afimou que a atriz nunca pediu o imóvel de volta. Ele adiantou ainda que ela pretende esclarecer a atual situação do Serrador em breve.
— Ela vai querer conversar com você — reforçou Nilson.
Brigitte Blair, aliás, esteve na reinauguração do teatro em 2016 e disse estar realizando um sonho ao vê-lo novamente em funcionamento. Na ocasião, a prefeitura, ainda sob gestão de Eduardo Paes e com Marcelo Calero como secretário de cultura, reabria o teatro, após três anos de inatividade, com a capacidade aumentada para 285 espectadores e uma revitalização orçada em R$ 600 mil.
Já a assessoria da SMC, também sem dar muitos detalhes, assegurou não apenas que a programação da sala foi cessada devido à vontade de Brigitte Blair, como também que era desejo do órgão renovar o contrato. Com isso, a equipe terceirizada que vinha trabalhando por lá acabou dispensada.
Sem uma previsão para ser reaberto, já que as partes ainda divergem sobre o porquê do fechamento, o Serrador volta a ser um importante desfalque para o circuito teatral do Rio de Janeiro.
Considerado um dos mais relevantes palcos da cidade, o equipamento foi o último empreendimento do espanhol Francisco Serrador (1872-1941), que no início do século XX fundou uma série de salas de cinema na região da Cinelândia – por isso o nome da praça.
A inauguração foi em 1940 com “Maria Cachucha”, comédia protagonizada por Procópio Ferreira (1898-1979), pai de Bibi. Nos anos que se sucederam, outras companhias se estabeleceram por lá apresentando grandes atores, como, por exemplo, Eva Todor.