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‘Sobre o que não Sabemos’ é joia rara e lapidada, ainda por cima

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Site de notícias e entretenimento especializado no circuito de teatro do Rio de Janeiro
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Em cartaz no SESC Copacabana, “Sobre o que não Sabemos” enfoca o trabalho do próprio grupo Roda Gigante nas intervenções artísticas realizadas em hospitais. A riqueza do espetáculo está, contudo, na capacidade de apresentar situações como um denominador comum de todas as relações humanas, em maior ou menor grau.

Não é difícil nos vermos em ocasiões que pensamos que nunca aconteceriam, e no entanto estão ali, na nossa frente. Ao mesmo tempo, outras completamente cotidianas adquirem uma identidade surreal na peça. É como se, através da sensação de estranheza, a encenação quisesse nos fazer refletir sobre como naturalizamos situações na vida, deixando de olhar para elas com atenção, ou com curiosidade, ou mesmo com o devido afeto. Foi essa a impressão que tive.

Organizada em pequenas cenas de conflito aparentemente independentes, “Sobre o que não Sabemos” é uma investigação da linha tênue que separa a loucura do habitual elevado à enésima potência, digamos assim. Com um tema que flerta com a imprevisibilidade (e, assim, com a comicidade) e com um formato que abriga o princípio fundamental do teatro, a encenação é um prato cheio!

Como agentes deste banquete, os atores exploram cada pedaço que têm à sua disposição. Nuances vocais percorrem do silêncio ao grito, partituras físicas transitam da imobilidade à dança, inclusão da plateia direta e indiretamente, tudo está ali.

Ao tematizar o que existe de universal nas relações humanas, a peça já se coloca em um lugar especialíssimo no quadro teatral carioca dos últimos anos, principalmente 2018. Para completar, a linguagem escolhida é aquela do teatro mais elementar, com espaço vazio e indumentária neutra, com atores que exploram as possibilidades infinitas do jogo da cena. Com este compromisso, “Sobre o que não Sabemos” consegue um equilíbrio sem igual, entre sugestão e afirmação, riso de canto de boca e gargalhadas compulsivas, despretensão e reflexão. Por fim, ainda nos lembram que são um grupo de palhaços, com homenagem no final.

Espetáculo obrigatório!

Um abraço e até domingo que vem!
Dúvidas, críticas e sugestões, envie para pericles.vanzella@rioencena.com.

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