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Um andarilho vagando pelo espaço virtual

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35 anos, bacharel em Artes Cênicas pela UNIRIO, licenciada em Letras pela Estácio de Sá, atriz, escritora, tradutora e ávida leitora nas horas vagas.
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Não querendo ser desagradável, só que estou começando a me adaptar melhor a assistir espetáculos online. Tem seu charme. Não chega a ser a ser assim uma Brastemp… Mas tem-se a vantagem de poder assistir a um espetáculo de
pijamas. Alias, nessa quarentena tenho que dizer que nunca usei tantos pijamas na vida.

Assisti a “Paulo Freire, o Andarilho da Utopia” no último final de semana e fui pega um tanto de surpresa quando me foi pedido para deixar minha câmera aberta, se assim eu bem entendesse. Mas como? Eu estava de pijamas! Achei um detalhe maravilhoso. Pela primeira vez nesta quarentena me senti assistindo a uma peça com outras pessoas. Adorei! Mesmo com nossos microfones no mudo, podíamos ver outras pessoas tendo a mesma experiencia que eu! De cara achei um ponto positivo para a produção do espetáculo. Me senti recebida naquela “sala de apresentação”.

Tomei conhecimento do Paulo Freire quando cursava Letras. Achei suas ideias mais do que geniais! E a dramaturgia de Junio Santos não me decepcionou. Com grande parte do texto tirado de entrevistas com Paulo Freire, o texto é costurado com poemas de Leminski e trechos de Bertold Brecht e Eduardo Galeano. Vemos também músicas com letras do próprio Junio Santos com o Ray Lima, que nos guiam pela trama.

No corpo do Richard Riguetti, Paulo Freire ganha uma dimensão que eu nunca antes havia tido. Não me espantei que a peça já havia sido apresentada em 15 estados e quatro países diferentes. Assisti à 106ª apresentação de um monólogo que flui maravilhosamente bem. Em tempos de pandemia, quando muitos de nós estamos em casa com crianças, entretê-las apenas é algo mais fácil do que ensinar novos conteúdos.

"Paulo Freire, o Andarilho da Utopia" Foto: Dalton Valério/Divulgação
"Paulo Freire, o Andarilho da Utopia" Foto: Dalton Valério/Divulgação
"Paulo Freire, o Andarilho da Utopia" Foto: Dalton Valério/Divulgação

Paulo Freire foi um pensador sobre educação, ele pensou novas maneiras de aprendizado para grupos diferentes, não só de idades diferentes, como também de classes sociais diferentes e estados diferentes. Se no Sul do país “Vovô vê a uva”, no Nordeste do país faz muito mais sentido se o “Vovô vê o cajá”.

Luiz Antônio Rocha é o responsável pela encenação. Sobre “Paulo Freire, o Andarilho da Utopia”, Luiz diz: “Costumamos dizer que não é uma peça de teatro, não é um espetáculo, é um ato cenopoético. A gente não faz um espetáculo para o público, a gente faz com o público, ouvindo a comunidade, e convidamos todos a se juntarem à gente, e usar um repertório que se coloca nesse ato cenopoético, com a participação muito forte do público”. Sim, agradavelmente poético. Uma adorável aula de humanidade. Vale mais do que a pena assistir.

Um aperto de mão efusivo e até a próxima semana.
Dúvidas, críticas ou sugestões, envie para luciana.kezen@rioencena.com.

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