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Atriz Cyda Moreno volta com drama sobre mães negras e pobres que perdem os filhos para a violência e avisa: ‘É uma porrada’

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Na última quinta-feira, mais um ano se passou da abolição da escravatura no Brasil, oficializada pelas mãos da Princesa Isabel em 1888. Mas como nem só de 13 de maio se faz a luta contra o racismo e a favor da desigualdade – que, a propósito, vai muito além da assinatura da Lei Áurea – o espetáculo “Luiza Mahin – Eu ainda continuo aqui” estreia no Teatro Petra Gold nesse domingo, 16 de maio, abordando uma questão bem brasileira que vem desde os tempos da escravidão até os dias de hoje: a mãe negra que é separada do filho à base da violência – seja por um homicídio e suas diversas causas ou pelas circunstâncias da vida, que séculos atrás, por exemplo, puderam ser representadas pelos mais de 30 mil africanos trazidos à força rumo ao Brasil para mão de obra involuntária.

A Luiza Mahin do título é uma personagem controversa, já que alguns historiados duvidam que ela tenha existido no século XIX, como uma escrava africana radicada no Brasil. Uma prova de sua existência, porém, seria uma carta contendo informações sobre sua pessoa escrita por Luiz Gama, seu filho, um homem negro que se formou advogado de forma autodidata para contribuir diretamente na libertação de centenas de escravos. mas que antes disto, foi retirado da companhia materna aos 10 anos para ser entregue à escravidão.

Cyda Moreno, protagonista e idealizadora da peça, conversou com o canal do RIO ENCENA no YouTube (inscreva-se aqui) e explicou que a figura de Luiza Mahin serve como ferramenta de reflexo entre os tempos de escravidão legalizada e a realidade de longa data, ambas culminando no que se vê, de forma recorrente, às vezes velada , às vezes escancaradamente: uma mãe, na maioria das vezes preta e pobre, que perdeu o filho pela violência de um sistema.

— A gente ouve, lamenta, mas não se coloca no lugar daquela mãe. E foi exatamente este sentimento que me moveu a montar este espetáculo, porque eu sou moradora da Zona Norte, tenho dois filhos negros…. Então, a cada um destes jovens que são abatidos na sociedade, eu me coloco no lugar destas mães pensando que amanhã pode ser meu filho, simplesmente pela cor da pele. O espetáculo, me desculpe dizer, mas ele é uma porrada. É uma tragédia contemporânea, e a gente quis falar disto — explica Cyda.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

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