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‘Cartola: o Mundo é um Moinho’ tem Flavio Bauraqui impecável, humaniza o compositor, mas vai além na idolatria

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Em primeiro lugar, quero comemorar o aniversário do RIO ENCENA, que foi ao ar no dia 16 de abril de 2015, uma quinta-feira, há exatos dois anos, data de publicação também do primeiro texto nesta coluna. Viva!!!

Também aproveito este marco, após 104 críticas, para dizer que me ausento um pouco para concluir uma etapa importante da minha vida: o doutorado sanduíche na Itália, onde passarei alguns meses realizando minha pesquisa sobre a influência da música italiana na formação do teatro brasileiro; assim, ficarei um tempo sem escrever. Me desejem sorte, vai ser muito trabalho. 😉

E (quanta coisa neste aniversário hein… rs) é também nesta data que dou as boas vindas a Gilberto Bartholo, novo crítico do RIO ENCENA, que começa a escrever nesta semana!  Bom, vamos à crítica!

“Cartola: o Mundo é um Moinho” faz um tributo ao mestre sambista da Estação Primeira de Mangueira. Como fã de samba e do Cartola especificamente, é difícil não colocá-lo num pedestal como um dos pilares do gênero genuinamente brasileiro e característico de nossa cidade maravilhosa. Mas confesso que me surpreendi com este tom de “idolatria” da peça em si, que eu esperava que construiria um enredo mais “próximo” do compositor. Tirando a atuação de Flávio Bauraqui, tudo me soou pouco “humano”, meio distante da realidade.

A própria peça se constrói “longe”de Cartola: um grande encontro atual na quadra da Mangueira para a elaboração/ensaio do desfile que levará à Sapucaí a vida e obra do mestre. Ou seja, o Cartola em si já é abordado no passado. Ele é um grande flashback. A isso, se associam cenário, figurino e atuações, que embelezam a cena, trazendo uma quadra de escola de samba, por exemplo, “asseadamente” verde e rosa, ilustrada com brasões e componentes sorridentes e admirados. A vida de Cartola (lembrada pelos presentes fãs na quadra da escola) é até representada com maior concretude, mas que não chega a nos aproximar dele. Cartola permanece ídolo o tempo inteiro na montagem. Até no belo programa da peça, que nos foi gentilmente cedido, o tom da escrita de todos é o do fã.

O único elemento que mostra o lado “humano” de Cartola é a atuação de Flavio Bauraqui, que, muito além dos trejeitos do compositor (que também está lá e nos encanta), traz humor, sátira, expectativa, cansaço, raiva, ressentimento, dúvida, insegurança, enfim… Traz relevo ao personagem! Compõe uma pessoa! Com qualidades, defeitos, sentimentos, hábitos, cotidianos, etc.

Senti falta de ver um pouco do Cartola para além do mito que conheci ao longo da vida e passei a escutar.

Um abraço!
Dúvidas, críticas e sugestões, envie para pericles.vanzella@rioencena.com.

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