Depois de inovar em “Vou Deixar de ser Feliz por Medo de Ficar Triste?”, quando deu uma estética circense a uma comédia romântica que a princípio seria urbana, Jorge Farjalla decidiu novamente dar seu toque pessoal a uma peça, mas, desta vez, num projeto mais ambicioso. Conhecida por constar no Guiness Book como a peça que ficou por mais tempo em cartaz no Brasil – um total de 11 anos entre as décadas de 80 e 90 – a comédia “O Mistério de Irma Vap” estreou neste ano em São Paulo com uma nova roupagem assinada pelo diretor, que agora chega ao Rio de Janeiro. A temporada carioca acontece Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, entre os dias 20 deste mês (próxima quinta) e 28 de julho, com sessões de quinta a sábado às 20h e domingos, às 18h. Os ingressos vão de R$ 35 (meia) a R$ 150 (inteira).
As maiores novidades, claro, estão no elenco. Mateus Solano e Luís Miranda substituem Marco Nanini e Ney Latorraca, que encerraram a longeva circulação de 11 anos de “Irma Vap” em 1997 e chegaram a retomar em 2005. Na releitura de Farjalla, Solano herdou os personagens de Nanini, enquanto que os de Latorraca ficaram sob responsabilidade de Miranda.
Inspirado em filmes de terror dos anos 80 (a ideia de “Irma Vap”, aliás, é debochar de produções do gênero daquela época) Farjalla decidiu ambientar a trama dos americanos Charles Ludlam e Everett Quinton num trem fantasma localizado dentro de um macabro parque de diversões. A opção do diretor – que buscou referência também no videoclipe “Triller” de Michael Jackson – substitui a mansão que serviu de cenário na montagem anterior de Marília Pêra.
E é entre os vagões da composição mal assombrada que Lady Enid passa por maus bocados provocados pela primeira esposa de seu marido, o Lord Edgard. A protagonista precisa recorrer a diferentes peripécias para se safar.
Dentro desta história besteirol, Solano e Miranda interpretam diversos personagens, entre humanos e assombrações. Assim, acontece uma intensa mudança de figurinos, que já havia se tornado marca registrada na montagem protagonizada por Nanini e Latorraca e que volta acontecer em 2019. Mas agora, a proposta de Farjalla é teatralizar essas trocas, realizando-as em segundos e na frente do público.