Um verdadeiro passeio pela vida e obra de João do Rio – pseudônimo do jornalista, escritor e teatrólogo João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (1881-1921) – o espetáculo “Avenida Central” inicia nesta semana uma temporada curta e gratuita no Teatro Dulcina, no Centro. Primeira criação do Coletivo Cosmogônico, a peça, que fica em cartaz apenas até o próximo dia 22, estreia nessa quinta-feira (08/12), às 19h. Embora o teatro tenha capacidade para mais de 200 pessoas, apenas 40 lugares serão disponibilizados para as apresentações da montagem.
Em celebração ao centenário – aproximadamente, já que não há uma data certa – da obra do autor, a peça é encenada a partir de diversos fragmentos de textos, imagens e personagens, além de decadentismo e neuroses, que denunciavam uma identidade em plena formação. Desde então, João do Rio já carregava algumas características que viriam a ficar conhecidas como rodrigueanas – devido, claro, à escrita de Nelson Rodrigues – numa mistura entre ficção e crônica jornalística, vida e arte, criatura e criador.
Com direção de João Bernardo Caldeira, que está estreando na função, a peça guarda em seu título uma informação curiosa sobre João do Rio. Avenida Central, na verdade, é o nome original da Avenida Rio Branco, da qual João do Rio era frequentador assíduo e onde criou boa parte de suas grandes histórias.
Debate
Inclusive para a do dia 15 de dezembro, quando haverá um debate sobre os aspectos rodrigueanos e decadentistas presentes na obra do autor. Na mesa, estarão Celina Sodré (UFF), Adriana Schneider (UFRJ), Lia Jordão (Biblioteca Nacional), Iuri Lapa (Biblioteca Nacional) e João Carlos Rodrigues (biógrafo de João do Rio).