Aproximar a dança das artes plásticas. Esta é a proposta do atual projeto do bailarino e coreógrafo Márcio Cunha, que começou em 2014 com “Frida-me” e seguiu em 2016 com “Céu de Basquiat”. Agora, para encerrar a trilogia, ele estreia “Rosário” – sobre a obra do artista Arthur Bispo do Rosário Paes (1909-1989) – nesta sexta-feira (22), às 21h, no Sesc Copacabana. A curta temporada vai só até 01/07, com sessões também quintas e sábados no mesmo horário das 21h e domingos, às 20h.
Desenvolvido como um documentário dançado, “Rosário” tem os pilares corpo, sociedade e espiritualidade, assuntos que aproximam a dança das potências das artes plásticas de Bispo do Rosário. Para começar a entender este universo, Márcio Cunha passou um período convivendo com os atuais internos da Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde o artista desenvolveu sua arte.
Antes deste espetáculo, “Frida-me” já havia levado ao palco a obra da mexicana Frida Kahlo (1907-1954), numa parceria entre Márcio e a atriz e bailarina Ana Paula Bouzas. Já “Céu de Basquiat”, livremente inspirado no trabalho do norte-americano Jean Michel Basquiat (1960-1988), foi apresentado dentro de uma instalação. Agora, durante a temporada de “Rosário”, ambos os espetáculos terão exposição das peças criadas para seus cenários no foyer do Mezanino do teatro.
— Este projeto se deu pelo desejo de investigar as angustias humanas, de traçar analogias entre as obras destes artistas com as questões sociais e políticas atuais do nosso país e abrir janelas para discussões e perguntas que possam nortear novos caminhos na criação — complementa Cunha.