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Grace Gianoukas celebra 40 anos de carreira com solo de comédia autobiográfico e promete ao público ‘desabafos, revelações e crônicas’

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Tempo estimado de leitura: 4 minutos
Grace Gianoukas como uma de suas personagens mais famosas, a Advogada do Diabo Fotos: Priscila Prade/Divulgação

Grace Gianoukas deu as caras na TV pela primeira vez nos anos 1980, mas se tornou mais conhecida do grande público por trabalhos recentes na telinha. Entre eles, as novelas da TV Globo “Haja Coração” (2016), “Orgulho e Paixão” e “Salve-se quem puder” (2020). Em todas, integrou núcleos cômicos. No teatro, onde também tem uma longa estrada, também passeou pelo humor, inclusive criando o “Terça Insana” projeto longevo que reuniu centenas de artistas, personagens e espetáculos ligados ao gênero. Entretanto, não a chame de “humorista”!

A gaúcha de Rio Grande, de 63 anos, se define como uma profissional das artes. Mas como o humor tem lugar cativo na sua trajetória, por que não usá-lo para recordar no palco seus 40 anos de carreira? Nessa terça-feira (05), Grace estreia, no Teatro Petra Gold, “Grace em Revista”, solo autobiográfico no qual relembra personagens e momentos de sua vida e profissão nas últimas quatro décadas.

Em entrevista ao RIO ENCENA, a atriz falou sobre o espetáculo, que estreou no ano passado, mas que chega ao Rio de Janeiro pela primeira vez. Até pelo tempo de peça, Grace ressalta que não consegue compartilhar tudo o que gostaria e poderia, mas adianta aos cariocas que tem bastante coisa para contar.

— O texto do espetáculo é repleto de desabafos, revelações e crônicas — enumera Grace, que está em cartaz também com a comédia “Procuro o homem da minha vida, marido já tive”, no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea.

No bate-papo, que você pode conferir abaixo, a atriz fez ainda um balanço destes 40 anos de trajetória artística e – com propriedade – opinou se há limites para o humor.

Que balanço você faz destes 40 anos de carreira?
Bem, 40 anos de trabalho significam maturidade. Eu posso dizer que as minhas escolhas e criações me ajudaram a fincar meu pé no mundo, a me entender e me realizar a cada trabalho. Mas eu ainda não fiz tudo o que eu quero fazer, por isso continuo me atirando em novos desafios profissionais, pois tenho certeza que eu ainda tenho muita coisa pra aprender.

“Grace em Revista” relembra de maneira bem humorada personagens e momentos das quatro décadas de trajetória artística da gaúcha de 63 anos

Como você definiria o “Grace em Revista”? Dá para chamar de “um show solo de humor”?
É um espetáculo solo autobiográfico repleto de personagens e textos cômicos que dão voz às minhas análises criticas e bem humoradas da sociedade contemporânea.

E quão fundo esse espetáculo vai na sua autobiografia? Há algum tipo de desabafo, intimidade, revelação…?
Claro que em uma hora e 20 minutos, eu não consigo mostrar tudo o que eu já criei, nem falar sobre tudo que já me aconteceu nos palcos e bastidores. Por isso, construí um roteiro que começa falando da loucura social em que estamos instalados; do colapso da nossa civilização; e de como é difícil viver na sociedade contemporânea com tantas exigências, violência e frustrações e como todos precisam de escapes e bodes expiatórios. É aí que entram as minhas personagens, que buscam nas substâncias um auxílio para existir. Aline Dorel, dependente de ansiolíticos, e Cinderela , traficante internacional de drogas. Eu conto como surgiram as ideias para criar essas personagens. Em seguida, falo de liberdade, de sexo e de situações que passei no universo machista do humor e do sucesso. Isso abre o palco para duas personagens que dão exemplo a esses temas: Mulher Moderna e PQP. Na terceira parte do espetáculo, abro o palco para analisar a relação humana com as coisas divinas. E minhas posições pessoais estão na voz da Santa Paciência e da Advogada do Diabo. O texto do espetáculo é repleto de desabafos, revelações e crônicas.

No palco, você fala sobre preconceito, respeito às minorias e transformação social. Sempre esteve presente nos seus trabalhos abordar temas mais sensíveis como esses?
Sempre. Desde pequena, desde que eu me dei conta que vivia em sociedade, comecei a perceber o preconceito, a discriminação e o bullying. Isso sempre me incomodou demais. Eu sempre tive interesse em conhecer o que é diferente de mim, outros pensamentos, outras culturas, outras formas de vida, diferentes processos dentro da natureza. A vida só existe no planeta pois é diversa.

Mas o humor é visto de diferentes formas pelas pessoas. Qual é a sua opinião? Há limites?
Vou citar uma frase de Goethe (escritor alemão) com a qual me identifico: “O caráter de uma pessoa se mede pelas coisas que ela acha engraçadas”. O limite do humor é o caráter de quem produz e de quem consome. Tem centenas de coisas que eu não acho engraçadas, mas outras pessoas adoram. Por isso, temos humor para todos os tipos de público.

E você se considera uma profissional do humor? Ou prefere não restringir dessa maneira?
Eu me considero uma profissional das artes, e a comédia é uma das minhas ferramentas de expressão artística. Não gosto de ser classificada como humorista. Acho que isso não me traduz, me restringe e me coloca numa prateleira. Mas “Grace Em Revista” é uma grande comédia, e eu optei por essa linguagem para contar o que vivi nos palcos até hoje. As palavras que definem esta trajetória são alegria, criatividade e liberdade.

SERVIÇO

Local: Teatro Petragold – Sala Marília Pera | Endereço: Rua Conde de Bernadotte, 26 – Leblon. | Sessões: Terças às 20h30 | Temporada: 05/04 a 03/05 | Elenco: Grace Gianoukas | Direção: Grace Gianoukas | Texto: Grace Gianoukas | Classificação: 18 anos | Entrada: R$ 70 (inteira); R$ 35 (meia) | Bilheteria: Sympla | Gênero: Comédia | Duração: 70 minutos | Capacidade: 396 lugares


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