Uma das palavras mais pronunciadas em rodas de conversa e programas noticiários nos últimos anos aqui no Brasil foi “crise”. Atenta à situação delicada do país – que se arrasta há cerca de quatro anos- a Renato Vieira Cia de Dança decidiu montar uma trilogia que abordasse tais mazelas, cuja segunda parte chega em janeiro ao Sesc Copacabana. Com direção e coreografia do próprio Renato, “Malditos” estreia logo na primeira semana de 2019, mais precisamente no dia 04 (sexta).
União de literatura e poesia – receita característica das peças de Renato Vieira – “Malditos” ganha uma dose generosa de fúria para tratar dos problemas atuais nas esferas política, econômica e social. Tal repercussão é feita através dos movimentos de cinco bailarinos, que, com referências musicais que vão de Santana a Janis Joplin, atuam em dois atos.
O primeiro, que leva o nome do espetáculo, é coreografado por Renato e tem duas inspirações: os chamados “poetas malditos” que, na segunda metade do século XIX, se sentiam incomodados com a sociedade e se distanciavam das regras gerais estabelecidas; e também o período da ditadura militar.
Já o segundo, é o solo “Fu”, protagonizado e assinado pelo bailarino Bruno Cezário, que descreve sua apresentação particular misturando poesia e filosofia: – “Fu” é um mergulhador perdido no oceano do egoísmo de um aquário caseiro, ouvinte solitário, cego, sensível apenas aos códigos desse universo particular e finito…”.
Trilogia
“Malditos” sucede “BLUE bonjour tristesse”, que estreou em 2017 com um tom de lamentação como principal ingrediente. Já em 2020, deverá ser montado o último capítulo da trilogia, chamado “Vida (aqui estou eu)”, que terá como propostas apaziguar paixões e definir um novo caminho artístico.