Mais um fim de semana se aproxima, e o circuito teatral do Rio de Janeiro, que aos poucos vai encorpando em meio à pandemia, apresenta um bom leque de opções para quem está a fim de curtir um bom espetáculo. E para dar aquela mãozinha de sempre, o RIO ENCENA preparou uma lista que reúne peças de diferentes gêneros e estilos, para públicos distintos (adultos e crianças). Inclusive, tanto para os que já se sentem confiantes e seguros para ir ao teatro, quanto para aqueles que ainda preferem ficar em casa. Vamos à relação: “Riobaldo”, “Suspeitos”, “Valsa nº6”, “Soul Diva”, “Forró Miudinho” e “Kid Morengueira – Olha o Breque” – para conferir o serviço completo de um espetáculo, basta clicar no respectivo título.
Na Internet, uma opção é “Riobaldo”, solo dirigido pelo renomado Amir Haddad e protagonizado por Gilson de Barros, que ainda assina a adaptação do romance “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa (1908-1967), para os palcos. Marcada para esse domingo (27), a apresentação – uma homenagem ao aniversário do autor nesse dia 27 – traz à tona o personagem-título, um ex-jagunço que virou um rico fazendeiro e agora rememora suas batalhas, medos e, principalmente, romances, inclusive aquele com Diadorim, seu companheiro de armas. Este, aliás, é o recorte destacado pelo espetáculo.
Para quem quer curtir um infantil com a criançada sem sair de casa, “Suspeitos” começa com o sumiço misterioso da pintura “A megera indomável”. Enquanto uma cópia ocupa o lugar da original, dois detetives vão em busca da obra de arte – segurada em milhões de reais – mas sempre se deparam com pistas falsas. E durante esta investigação, a dupla passa por diversas situações cômicas. A montagem, protagonizada por Alcemar Vieira, Carol Machado e Claudio Gabriel, conta ainda com a participação especial de Diogo Vilela e Antônio Pedro Borges em outros papéis.
Outro infantil que também está na Internet é o musical “Forro Miudinho”, que faz parte de uma trilogia em homenagem à música popular brasileira. Indicado em nove categorias no Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças em 2015, a peça segue com a história do protagonista Júnior, dos dois outros espetáculos (“Sambinha” e “Bossa Novinha”). Agora, ele embarca com sua tia Jurema rumo à cidade de Juazeirinho (PB), terra natal da tia, para visitar Dona Sebastiana (mãe dela, avó dele). Pelo caminho, o garoto vai conhecendo as riquezas da região Nordeste e se dando conta de tudo o que há para se conhecer além das fronteiras do seu quintal no subúrbio carioca. Evidenciando a mescla de influências presentes no DNA da Música Brasileira, considerada uma das mais ricas do mundo, o musical mostra Júnior retornando para o Rio trazendo muitas lembranças e ensinamentos em sua “bagagem”.
Além de ser transmitido pela rede, “Forró Miudinho” faz simultaneamente apresentações presenciais no Teatro Petra Gold, no Leblon. No mesmo esquema (presencial e online) e no mesmo palco, está em cartaz o solo musical “Kid Morengueira – Olha o Breque”, homenagem ao sambista Moreira da Silva (1902-2000) – outro ponto em comum entre as duas montagens é a presença de Édio Nunes em cena.
Mistura de realidade, ficção e música, o solo tem no título a união de duas marcas de Moreira. Primeiro, o personagem que o sambista criou inspirado em si próprio, como o malandro que, apesar das dificuldades, leva a vida com alegria e bom humor. Além disso, há a menção ao samba de breque, gênero do qual ele é considerado um dos inventores e grandes entusiastas.
Na parte musical, estão presentes o humor ácido com o qual Moreira citava políticos, malandros da noite e outros compositores; situações pitorescas que ele mesmo viveu; e o Rio de Janeiro, fonte de inspiração para muitas de suas canções. O repertório tem, entre outras canções, “Acertei no Milhar”, “Paraíso de Malandro” e na “Subida do Morro”.
Se “Forró” e “Kid” oferecerem ao espectador a opção de escolher se quer assistir pela Internet ou frente a frente, “Valsa nº6” e “Soul Diva” só podem ser vistas presencialmente, nos teatros Laura Alvim e Prudential, respectivamente. Enquanto o primeiro é um solo de Nelson Rodrigues (1912-1980) que aborda temas como violência contra a mulher e fragmentação da identidade, o segundo é um show protagonizado por Letícia Soares, Lilian Valeska e Priscila Araújo que traz no repertório clássicos de cantoras negras americanas e brasileiras.