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‘Fatal’ tem equipe de primeira grandeza, mas se torna hermético

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Tempo estimado de leitura: < 1 minutos

O espetáculo “Fatal”, em cartaz no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, até 15/08,  reúne três mitos independentes, apresentados através de três cenas também independentes: Eros e Psiquê, Tristão e Isolda, Kama e Rati, nesta ordem. Cada um ficou a cargo de um dramaturgo: Pedro Kosovski, Marcela Zanelatto e Jô Bilac, respectivamente. Em comum, a qualidade dos profissionais e a importância que possuem atualmente no cenário teatral carioca. O programa da peça traz os textos na íntegra, o que é precioso!

Sob direção de Guilherme Leme Garcia, a mesma dupla de atores, Débora Lamm e Paulo Verlings, interpreta as três histórias, sempre sentados no centro do palco, lado a lado, praticamente sem contato físico. Ela um pouco mais emocional e catártica, ele um pouco mais recitativo, descritivo, a combinação equilibra a relação entre interioridade e mundo tal qual proposta por Georg Lukács a respeito da história da literatura ocidental; uma apreensão externa do mito, semelhante ao próprio conceito de mito e sua distância em relação à realidade e à vida mortal, e uma apreensão emocional, humanizada, análoga à identificação moderna.

Cenário, figurino e iluminação contribuem para a configuração deste ambiente ao mesmo tempo neutro – distante das histórias narradas – e íntimo.

“Fatal”, porém, sucumbe à dificuldade que se impõe a todas as obras de arte que abordam um conceito, ou qualquer objeto abstrato: verborragia e hermetismo.

Os textos são excelentes! A ideia de utilizar estes três mitos, especificamente, para falar de tema tão profundo e arrebatador como a paixão (fatal!) é excelente! Debora Lamm e Paulo Verlings narram os mitos de maneira excelente! Mas, no final das contas, a peça se resume a dois atores sentados no centro do palco narrando textos absolutamente complexos.

Um abraço e até domingo!
Dúvidas, críticas e sugestões: pericles.vanzella@rioencena.com.

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