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‘A menina Akili e seu Tambor Falante’ é infantil artístico, afrocentrado e profundo

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34 anos, doutora em Literaturas Africanas, pós-doutora em Filosofia Africana, pesquisadora, professora, multiartista, crítica teatral e literária, mãe e youtuber.
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

O teatro infantil traz possibilidades lúdicas que nos inserem em novos mundos. Nesse sentido, o musical “A menina Akili e seu Tambor Falante” nos convida para um mergulho no universo africano e afro-brasileiro com base nas filosofias africanas. Um projeto riquíssimo idealizado, escrito e produzido pela multiartista Verônica Bonfim a partir de seu livro infantil de mesmo nome. A direção é de Rodrigo França e Valéria Monã.

Na história, acompanhamos Akili, uma menina africana que vive em sua aldeia, Adimó, sempre junto a Aláfia (Ana Magalhães), o seu tambor falante. No dia de seu nono aniversário, a garota começa uma jornada para se tornar uma Griote, isto é, uma contadora de histórias, guardiã da sabedoria oral de seu povo. Akili é uma heroína negra, cujos valores afrocentrados de cooperativismo e Ubuntu a conduzem numa jornada Solar sobre ancestralidade, memória e solidariedade.

Verônica Bonfim também assina as composições musicais e, ao lado de Cláudia Elizeu (direção musical) e do Grupo Dembaia (co-direção musical), entregam uma mistura de ritmos traçando um panorama de sonoridades africanas e afro-diaspóricas. Uma oportunidade de apresentar aos pequenos a miscelânea cultural e musical vinda do continente mãe e suas influências aqui no Brasil.

A narrativa é costurada por afrorreferências conduzidas pela direção de arte do Estúdio Roncó. Gosto da forma lúdica como as simbologias e significantes negros estão inseridos na obra, pois brinca com o universo infantil a perspectiva de mundo de Akili. Corajosa e ingênua, a jornada da heroína pode ser metaforizada no provérbio africano: “O sol anda devagar, mas atravessa o mundo inteiro”. Akili, como um Sol, vai trazendo luz e sorriso a cada personagem que atravessa sua jornada. Com destaque para a aranha Ananse (Tati Vilela) que lhe ajuda e apresenta o mundo de sua aventura, ao mesmo tempo que tece uma teia de afeto entre ambas.

Verônica Bomfim é protagonista, autora e idealizadora do projeto Foto: Juliana Varajão/Divulgação

A discussão acerca da ancestralidade é um dos fios da peça, nos lembrando da nossa conexão com os nossos antepassados e da importância da memória e da tradição oral nas construções de mundo.

Saí da peça emocionada. Eu participei da revisão do roteiro no início do projeto e me surpreendi com o resultado final. Artística, afrocentrada e profunda, “A menina Akili e seu tambor falante – o musical” já é uma referência em teatro infantil afrocentrado.

A peça está em cartaz on-line no Youtube do Oi Futuro. Dirvirtam-se!

Serviço

Local: Centro Cultural Oi Futuro / YouTube – Canal Oi Futuro | Endereço: Rua 2 de dezembro, 63 – Flamengo. | Sessões: Sábado e domingo às 14h e às 16h | Temporada: 16/10 a 21/11 | Elenco: Verônica Bonfim | Direção: Rodrigo França e Valéria Monã | Texto: Verônica Bonfim | Classificação: Livre | Entrada: Gratuito | Bilheteria: O agendamento para ida ao bistrô do Oi Futuro deve ser feito na plataforma Sympla | Gênero: Musical infantil, Musical | Duração: Não informada | Capacidade: Não informada


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