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Abolição da escravatura: neste 13 de maio, confira peças que relembram a Lei do Ventre Livre e grandes personagens negros da história

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos

“Brasileirices”, “Luiz Gama” e “Solano”: espetáculos que falam sobre racismo, escravidão e direitos dos negros neste 13 de maio

Neste 13 de maio de 2021, o Brasil lembra mais uma vez da oficialização do fim da escravidão no Brasil. E como destacou a nossa colunista Aza Njeri na sua crítica desta quarta-feira (12), lembrando que o teatro sempre foi ferramenta de conscientização, espetáculos são levados à cena (virtual, por conta da pandemia) para trazer à tona reflexões sobre esta data que, se não é para comemorar, tem o papel de pensar o quanto o país evoluiu e ainda precisa evoluir quanto a questões como racismo, direitos iguais, representatividade… E o RIO ENCENA enumera abaixo três destas peças.

A Lei do Ventre Livre foi criada em 1871 como uma norma abolicionista para libertação de todo filho de escravos que nascesse a partir do dia de sua aprovação. E assim aconteceu com muitos negros, mas não com todos, como é o caso do protagonista de “Brasileirices”, espetáculo afro-brasileiro da Companhia Livre de Dança que faz duas apresentações ao vivo nas redes sociais da cia. nesta semana, sendo a primeira nesta quinta-feira (13) – quando é lembrado o dia de outra lei, a Áurea, assinada pela Princesa Isabel.

O grupo, fundado no complexo de favelas da Rocinha, reúne dança, canto, folclore e ritmos característicos da dança afro-brasileira – como cafezal, lundu e batuque – na peça, que tem coreografia e direção artística de Ana Lúcia Silva. Na trama, o jovem descobre que veio ao mundo exatamente naquele 28 de setembro de 1871 – quando a lei foi sancionada – mas, mesmo assim, passou a vida inteira sendo escravo. A partir daí, ele percorre uma trajetória que vai da fazenda ao quilombo para uma suposta liberdade, passando pela colheita, a senzala e a casa grande.

Para Ana Lúcia da Silva, voltar a apresentar “Brasileirices” – que estreou em 2016 – num 13 de maio é gatilho para desencadear uma série de reflexões.

O espetáculo vai ser transmitido nas redes sociais da Cia Livre de Dança Foto: Karine Lima/Divulgação

— Nessa data, em 1888, foi promulgada a lei Áurea que, juridicamente, acabaria com a escravidão no Brasil. Apesar de ter seu valor histórico, essa data tende a ser vista de uma maneira romanceada. Não podemos deixar de reconhecer que a abolição não resolveu questões essenciais acerca da inclusão dos negros libertos na sociedade brasileira, que reflete diretamente na desigualdade e no racismo estrutural dos dias de hoje. O espetáculo é sobre isso — reforça Ana, nascida e criada na Rocinha, e à frente da Cia Livre de Dança desde a fundação, em 1999.

“Luiz Gama – Uma Voz pela Liberdade” narra parte da trajetória do negro considerado um dos principais abolicionistas do século XIX. Apresentados pelos atores Déo Garcez e Soraia, o espetáculo segue em cartaz presencialmente no Teatro Petra Gold, com transmissões ao vivo e simultâneas pela Internet, até o fim do mês. A estreia acontece também nesta quinta.

Déo Garcez em cena como Luiz Gama Foto: Divulgação

Com direção de Ricardo Torres e texto do próprio Déo, o espetáculo, uma biografia dramatizada, traz à tona a história de um personagem importante na história do país, mas que tem seu nome pouquíssimo lembrado nos livros didáticos. O baiano Luiz Gama (1830-1882), um ex-escravo oferecido a escravagistas pelo próprio pai (que era branco), foi jornalista, poeta e advogado autodidata.

Responsável diretamente pela libertação de mais de 500 pessoas escravizadas e mantidas em cativeiro ilegal, ele é considerado o maior abolicionista do Brasil. Além disto, Luiz Gama, que permaneceu analfabeto até os 17 anos, é considerado a primeira voz negra da literatura brasileira.

Valéria Monã e Val Perré em “Solano, vento forte africano” Foto: Andreia Rocha/Divulgação

Por fim, “Solano, vento forte africano” , sobre o poeta pernambucano Solano Trindade, faz também nesta quinta sua última apresentação no YouTube. Com Val Perré como protagonista, o espetáculo passa a limpo não só a carreira do artista, mas também as mensagens passadas e as causas defendidas por aquele que é considerado por muitos admiradores o Mahtma Gandhi brasileiro.

Solano Trindade, que morreu sem muita repercussão do ponto de vista nacional em 1974 aos 65 anos, falava de questões ligadas á realidade do negro que ainda adoecem o país, como racismo e desigualdade. Costurado por música, canto, dança, sapateado e, claro, poesia, a montagem trata destes assuntos com um elenco e uma equipe técnica majoritariamente negros.

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