A Academia de Palhaços, companhia que vem de São Paulo, apresenta mais uma vez num palco carioca o espetáculo “Adeus, Palhaços Mortos”. Depois da estreia em 2017, a montagem adaptada pelo diretor José Roberto Jardim do original do romeno Matei Visniec chega ao Teatro da Caixa Nelson Rodrigues, no Centro, nesta sexta-feira (07), às 19h, retomando a proposta de uma reflexão sobre a ética e escolhas no fazer artístico.
Os palhaços mencionados no título são três grandes artistas circenses do passado que se reencontram numa entrevista para emprego. Sabendo que somente um sairá dali feliz por ter conseguido a vaga, o trio, que já viveu dias mais gloriosos, entra num embate que envolve amizades, memórias, segredos, pequenezas e vilanias. Com isso, acontece o mergulho existencial no ofício do artista.
Nesta adaptação, Jardim preferiu não seguir o tom da comédia do absurdo que prevalece em “Um Trabalhinho Para Velhos Palhaços”, de Visniec. Com Laíza Dantas, Maurício Schneider e Paula Hems em cena, o diretor apostou no minimalismo, reduzindo os elementos da montagem.
— Cada cena é um recorte num espaço-tempo descontínuo e fragmentado. São fotogramas vagando nas memórias individuais e coletivas daquela trupe circense. São vozes do passado ecoando em busca de algum sentido — explica o diretor, complementando: — A sala de espera desse teste de casting – que nunca acontece – revela-se um não-lugar, um limbo onde essas três figuras se veem condenadas a rever suas escolhas éticas e estéticas, num exercício infinito de reflexão sobre a resiliência do artista, a urgência da arte e a sacralidade do ofício.
“Adeus, Palhaços Mortos” fica em cartaz somente até o próximo dia 16, com apresentações sextas e sáabdos às 19h e domingos, às 18h. Os ingressos custam a partir de R$ 15 (meia)