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CiaTeatro Epigenia estreia espetáculo gratuito em formato de cineteatro sobre amizade, relações virtuais e ‘vergonha alheia’

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos
O espetáculo oi filmado no Teatro Alcione Araújo, localizado na Biblioteca Parque Fotos: Luciana Salvatore/Divulgação

Desde que a pandemia forçou uma parada geral no circuito teatral do Rio de Janeiro – que ainda não voltou à total normalidade – a CiaTeatro Epigenia se negou a, simplesmente, exibir na Internet espetáculos seus que já haviam sido apresentados presencialmente em outras épocas. Em vez disso, o dramaturgo e diretor Gustavo Paso, um dos fundadores do grupo, se mostrou mais propenso a aderir à linguagem chamada entre artistas de cineteatro (ou peça-filme), em que teatro e cinema se fundem, com suas respectivas linguagens. Como resultado de tal empreitada, estreia na Internet nessa quinta-feira (13), gratuitamente, “Touch”, segundo trabalho da trupe neste segmento – confira o serviço completo no fim da página.

Com texto e direção do próprio Paso, “Touch” – que foi filmado no Teatro Alcione Araújo, localizado na Biblioteca Parque – mostra a reunião de um grupo de sete amigos. A princípio, praticamente todos eles mostram-se seguros sobre não guardar segredos comprometedores, até que estes começam a ser revelados.

O encontro reflete idiossincrasias e preconceitos de grande parte da sociedade, principalmente aqueles presentes em comentários que já foram considerados piadas, mas que hoje são vistos como homofobia, racismo, xenofobia, misoginia… Ou seja, a cada revelação carregada de preconceito, o sentimento que paira no grupo é o de “vergonha alheia”.

Outro tema abordado em meio à dramaturgia é a tecnologia. A produção chama atenção para aparelhos e aplicativos que poderiam servir como ponte entre as pessoas, aproximando-as, mas acabam por afastá-las pelas mais diferentes razões. O que poderia facilitar o diálogo, na verdade, escancara o enorme afastamento entre pessoas que deveriam ser próximas – em cena, esse problema fica mais evidente quando os segredos dos personagens começam a vir à tona.

— É mais fácil conversarmos pelo celular do que pessoalmente. Até porque quando estamos cara a cara, ele sempre vai tocar com algo mais importante. E como explicar para os jovens que os potentes smartphones existem há apenas uma década? — provoca o autor e diretor, que fundou a cia. há 21 anos, ao lado da atriz Luciana Fávero..

“Touch” faz parte do projeto Cineteatro Epigenia, que apresenta uma série de trabalhos do grupo que têm em comum esse alinhamento entre teatro e cinema. Entram no repertório novas dramaturgias, como “Touch”; peças adaptadas do cinema para o teatro; e espetáculos de teatro filmados para a linguagem audiovisual, exemplo de “Race”, que inaugurou o projeto em 2021.

“Touch” faz parte do projeto Cineteatro Epigenia, uma reunião de trabalhos do grupo que têm em comum o alinhamento entre teatro e cinema

SERVIÇO

Local: Sympla Streaming | Sessões: Quinta a domingo, às 20h | Temporada: 13/01a 27/02 | Elenco: Luciana Fávero, Gustavo Falcão, Tatjana Vereza, Gláucio Gomes, Maira Cibele, Vinícius Cattani, Marcos Breda e Diana Paso | Direção: Gustavo Paso | Texto: Gustavo Paso | Classificação: 12 anos | Entrada: Gratuita | Bilheteria: Sympla | Gênero: Comédia dramática | Duração: 90 minutos


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