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Em cartaz com solo sobre anseios de uma mulher de meia-idade, atriz torce por presença masculina na plateia: “‘Todes’ podem se identificar”

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Rita Clemente protagoniza e assina a concepção geral de “Natureza Morta” Foto: Priscila Natany/Divulgação

O solo “Natureza Morta”, que estreou no Sesc Copacabana na última quarta-feira (06), é inspirado na tela “A Assassina” (1906), do pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944). Na pintura expressionista – movimento caracterizado por enfatizar o desassossego humano – há a sugestão de que uma mulher segurando uma faca suja de sangue teria matado o homem que está deitado na cama. O espetáculo, no entanto, não chega a ser tão explícito, embora a protagonista, uma mulher de meia-idade que anseia por novos rumos, tenha, sim, dado cabo da vida do marido.

E se a história – escrita por Mário Viana, que conheceu a pintura numa Bienal de São Paulo – não tem o horror como foco – e nem faca ensanguentada – muita gente pode pensar que se trata de uma peça sobre questões pertinentes apenas ao universo feminino – e que, portanto, deve ser interessante apenas para mulheres. Pois, não é bem assim. E quem garante é Rita Clemente, que protagoniza e assina a concepção geral da montagem.

Em entrevista ao RIO ENCENA, a atriz falou de diferentes aspectos sobre o espetáculo. Por exemplo, o impacto que ele pode causa nos espectadores, que é mais de tocar do que de chocar; e sua expectativa por um público heterogêneo.

— “Todes” podem, com toda certeza, se identificar — afirmou Rita, que interpreta a mulher que mata o marido em meio a um processo que finda o amor e o desejo para dar início a uma nova jornada, em que ela terá que enfrentar seus sonhos e desejos. Confira a entrevista abaixo:

A sua personagem mata o marido de fato ou figurativamente? É uma morte real ou no sentido de esquecer que ele existe?
A morte, em uma ficção, na linguagem teatral, é uma criação, em que o real está condicionado aos demais vocabulários da obra cênica (cenário, figurino, objetos, ações físicas, etc). No caso desta montagem, a morte é uma criação que pretende oferecer ao espectador a dimensão da morte pelo viés da narrativa textual (que propõe uma morte, de fato) em diálogo com um discurso cênico figurativo/elaborado, recriado e inventado.

Embora sua personagem tenha cometido um assassinato friamente, Rita destaca que a peça está mais para fazer refletir do que para chocar

É uma peça que choca?
Não sabemos se choca, mas já tivemos a sensação de que toca. O objetivo é tocar pelo contexto, pela elaboração cênica.

Você espera um público majoritariamente feminino ou mesclado? É uma peça também para os homens?
Espero sempre um público diverso. As mulheres vão gostar, os homens podem amar. Mas “todes” podem, com toda certeza, se identificar.

E sobre o que você imagina que os espectadores vão refletir após assistir ao espetáculo?
Sobre nossa necessidade de amar, ser amado e a inexorável finitude de tudo. No entanto, as ideias de liberdade, da possibilidade de renovação, de renascimento, de mudança, também podem oferecer boas reflexões, pois há contradições importantes na abordagem destes conceitos.

SERVIÇO

Local: Sesc Copacabana – Sala Multiuso | Endereço: Rua Domingos Ferreira, Nº 160 – Copacabana. | Telefone: (21) 2547-0156 | Sessões: 6 a 10 de abril, quarta a domingo, às 18h / 12 a 17 de abril, terça a domingo, às 18h / 20 a 24 de abril, quarta a domingo, às 18h | Temporada: 06/04 a 24/04 | Elenco: Rita Clemente | Direção: Rita Clemente | Texto: Mário Viana | Classificação: 14 anos | Entrada: R$30 (inteira) | R$15 (meia entrada em casos previstos por lei, professores e classe artística com documento comprobatório) | R$7,50 (credencial plena) | Gratuidade (PCG) | Bilheteria: De terça a sexta-feira, das 9h às 20h. Sábado e domingo, das 12h às 20h | Gênero: drama | Duração: 40 minutos | Capacidade: 50 lugares


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