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“Era Pra Ser um Stand-up” fica entre a discussão conceitual e o romance, tentando fazer rir

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Tempo estimado de leitura: < 1 minutos

Em cartaz no teatro Cândido Mendes, em Ipanema, a peça “Era Para Ser um Stand-up” é comédia escrachada que tem como tema a discussão sobre a validade do stand-up como espetáculo teatral.

O tema é polêmico: o gênero stand-up (comédia em pé) – que tem sua origem nos Estados Unidos, onde um comediante era contratado para “esquentar” a plateia antes do espetáculo principal ou entretê-la durante os intervalos – prolifera-se cada vez mais pelo Rio de Janeiro, ganhando público. Muitos profissionais são contra este tipo de espetáculo, sob o argumento de “roubarem” pauta nos teatros com uma obra que não instiga a imaginação, não traz um enredo, uma cenografia, uma indumentária, personagens elaborados, etc…

Neste sentido, o texto de Pedro Henrique Vasconcellos acerta ao abordar a questão, que assola o teatro carioca faz um tempo. Mas a discussão acaba não sendo aprofundada, pois boa parte da peça dedica-se a evoluir um romance entre os dois personagens, e outra boa parte dedica-se a alcançar a graça (muitas vezes através de momentos de stand-up)

Tirando este foco múltiplo do texto, que, a meu ver, faz com que nenhum dos três objetivos (discussão sobre o stand-up, romance e graça) seja bem explorado, a peça é boa. Os atores Thati Lopes e Victor Lamoglia são bons, a direção de Wendell Bendelack altera bastante o ritmo e os espaços utilizados, o cenário, mesmo simples, passa bem tanto a ideia de uma sede de uma companhia quanto a de um pano de fundo de um stand-up, assim como o figurino.

Um abraço e até a próxima!
Dúvidas, críticas e sugestões, escreva para pericles.vanzella@rioencena.com.

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