Depois de temporadas em cidades como Belo Horizonte, Recife e São Paulo, a Cia. Estúdio Lusco-Fusco desembarca pela primeira no Rio de Janeiro para se apresentar com “Ilhada em mim – Sylvia Plath”. Com estreia marcada para quinta-feira (03), às 21h, no Teatro Poeira, em Botafogo, o espetáculo, indicado ao Prêmio APCA de Melhor Direção (Associação Paulista de Críticos de Arte), tem texto construído por Gabriela Mellão a partir de escritos pessoais da própria poeta norte-americana Sylvia Plath (1932-1963).
Em cena, Djin Sganzerla, intérprete de Plath, e André Guerreiro Lopes, que vive o poeta e marido dela, Ted Hughes, mergulham na água – literalmente! – e também nas angústias existenciais da poeta em seus últimos anos de vida, antes de cometer suicídio aos 30 anos.
Responsável também pela direção, André Guerreiro Lopes é o idealizador do espelho d'água usado no palco, no qual atores e objetos de cena vão submergindo. Nesta montagem, que busca ser fiel à ferocidade e à ironia da poética de Sylvia, a água é, na verdade, uma metáfora que articula toda a encenação e dialoga simbolicamente com os estados mentais da personagem.
— Mais do que narrar a vida de Sylvia, busquei transpor poeticamente para o palco seu universo único, paradoxal, vanguardista, cheio de contrastes e extremos, criando um poema cênico. Todos os elementos trabalham de forma integrada – a atuação, a simbologia visual, os sons, a luz, as palavras e o movimento preciso dos atores – criando um ambiente de imersão sensorial em que a imaginação e sensibilidade do espectador são convidadas a participar do jogo – explica o ator e diretor.
Após “Ilhada em mim”, a companhia paulistana voltará ao Rio em julho com seu mais recente trabalho: “Tchekhov é um Cogumelo”.