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‘Incomoda relações amorosas sempre em casais de classes média e alta’ diz autor, explicando protagonistas de drama sobre amores obsessivos

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-  Atualizado em 20-05-2022 às 11:52
Tempo estimado de leitura: 2 minutos
Carlos Augusto Marinho (D) e Paula Furtado dividem a cena em “Meu coração (ou de carinho e de sexo)” Foto: Sabrina Paz/Divulgação

Em cartaz na Sala Municipal Baden Powell, o espetáculo “Meu coração (ou de carinho e de sexo)” é um drama sobre preconceito, violência e solidão. Sim, uma peça sobre tais temas não chega a ser novidade no teatro, mas o que difere a montagem escrita e dirigida por João Cícero é inovar ao colocar como protagonistas um casal de jovens economicamente desfavorecidos, quando a maioria das histórias (principalmente na TV) jogam o foco sobre personagens de classes média e alta.

Em entrevista ao RIO ENCENA, o autor e diretor deu dois motivos para explicar a sua opção: identificação, por já ter sido “bem pobre”; e escolha artística, exatamente por se dizer incomodado com a frequência com a qual relações amorosas são retratadas em obras de ficção por pessoas com melhores condições financeiras.

Além disso, João conta que uma mistura entre realismo e poesia foi a fórmula que ele encontrou para apresentar esse casal que vive entre o real e o idealizado, o desejo e o medo.

— Em alguns momentos, utilizamos um tom de crônica social e em outros, uma representação mais onírica — detalha João, que com “Meu coração”, abre uma trilogia sobre amores obsessivos, livremente inspirada na letra de Carinhoso, de João de Barro (1907-2006). Confira abaixo a entrevista completa:

O autor e diretor João Cícero Foto: Arquivo pessoal

De que forma a peça aborda temas como relações abusivas e amores obsessivos?
A peça mostra o desencontro de um casal que se ama, mas não acredita no amor. Marcados por um passado de violência, eles não conseguem viver uma relação amorosa plena. A todo tempo, eles estão arredios um com o outro. Abordamos esses temas com realismo e com lirismo. Em alguns momentos, utilizamos um tom de crônica social e em outros, uma representação mais onírica.

O casal de protagonistas é inspirado em fatos reais? Alguma história que você tenha vivenciado ou testemunhado?
Muitas histórias… Misturadas.

Por que a escolha por personagens economicamente desfavorecidos?
Por identificação. Eu tive uma infância bem pobre. Mas nunca me faltou subjetividade, reflexão, pensamento e ironia. Por escolha artística também. Sempre me incomoda a representação de relações amorosas serem sempre situadas em casais de classe média e classe alta.

A peça passa alguma mensagem ao público ou esse não foi necessariamente o seu objetivo?
Não tem mensagem. Tem a beleza da singularidade da Wanda (Paula Furtado) e do Claudemir (Carlos Marinho) – personagens da peça. As histórias de amor são infinitas mesmo que parecidas. Cada uma tem sua singularidade e sua beleza.

SERVIÇO

Local: Sala Municipal Baden Powell | Endereço: Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 360 – Copacabana. | Sessões: Sextas e sábados, às 19h30; e domingos, às 18h (por questões de saúde, não haverá sessões nos dias 20,21 e 22 de maio) | Temporada: Até 29/05 | Elenco: Carlos Augusto Marinho e Paula Furtado | Direção: João Cícero | Texto: João Cícero | Classificação: 16 anos | Entrada: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) | Bilheteria: Somente na bilheteria do teatro (horário não informado) | Gênero: drama | Duração: 75 minutos | Capacidade: Não informada


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