Depois que a ministra Damares Alves, que chefia a pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, afirmou, categoricamente, que “menino veste azul, e menina veste rosa”, tal discussão, que nunca deixou de estar em voga, ganhou ainda mais foco, principalmente em redes sociais. E como o teatro também é local para se refletir sobre questões que perpassam a sociedade, coube ao musical infantil “Gabriel só quer ser ele mesmo”, que estreia no próximo fim de semana (11), no Sesc Tijuca, ampliar a discussão a respeito das diferenças na educação entre crianças de gêneros distintos.
Com texto de Renata Mizrahi, que ainda divide a direção com a parceira de outras empreitadas Priscila Vidca, o musical infantil – apresentado pelos atores Aline Carrocino, Marcos França, Paulo Verlings, Nathália Colón, Udylê Procópio e Clara Santhana – tem como protagonista o personagem-título, um menino de apenas 8 anos que ao mesmo tempo em que se interessa por balé e poesias, gosta de jogar futebol e ouvir rock. Ou seja, atividades que, para muitos, deveriam ser dividias logo de cara entre meninas e meninos, respectivamente.
E assim acontece com Gabriel que, na escola onde estuda, é frequentemente desencorajado a praticar atividades consideradas de meninas. Tal pressão o leva até a temer uma total ausência de coleguinhas do colégio em sua festa de aniversário justamente pelos questionamentos às suas preferências feitos ao longo do ano letivo.
Com leveza e bom humor, o espetáculo não apenas propõe reflexões sobre estas diferenças na educação dada a meninos e meninas, mas também passa pelas expectativas de pais e professores em relação às crianças.