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‘Isaac no mundo das partículas’ tem bons figurinos e cenografia e didatismo que não compromete

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Site de notícias e entretenimento especializado no circuito de teatro do Rio de Janeiro
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Em cartaz no Oi Futuro do Flamengo, “Isaac no mundo das partículas” se propõe a tematizar os questionamentos das crianças sobre o mundo e, a partir deles, chegar às menores partículas conhecidas pela física e estudadas no CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), na Suíça, o maior laboratório de física de partículas do mundo. A peça é baseada no livro homônimo de Elika Takimoto, que por sua vez se baseou nos questionamentos do filho.

Enfim… Toda a peça é construída em torno de motes não narrativos. Um conjunto de questionamentos do protagonista acerca de objetos que, na peça, transformam-se em personagens. O que não é um problema em si, mas acaba fragilizando as relações e, com isso, a história. Tudo gira em torno de perguntas e respostas, ilustradas por cenas explicativas. Tudo se justifica pelo didatismo, pela aula, pelo aprendizado, mas senti falta de algo que envolvesse, para além da qualidade e carisma de João Lucas Romero e Claudio Mendes.

As músicas também fortalecem estes aspectos: compostas para o espetáculo, são elaboradas, mais complexas que de costume, também com foco no conteúdo em detrimento da fácil assimilação (uma observação relevante: no dia em que assisti, o som estava muito alto, desproporcional às dimensões do teatro).

A cenografia é um ponto importantíssimo, e nela incluo as projeções que ocupam todo o teatro, não só o palco. O cenário, de Natália Lana, compõe-se de um tablado ao fundo do palco onde se aloca a banda, em cena o tempo todo, e de tapadeiras de elástico que permitem a passagem dos atores, expandindo o espaço cênico para o que seria a coxia, o que é ótimo. Completando a proposta, as projeções de Rico e Renato Vilarouca incluem a plateia, quase como um grande planetário, que toma todo o teatro. É muito bonito e estimula a identificação dos espectadores com Isaac.

Os figurinos de Bruno Perlatto também são bem interessantes, sobretudo por dividirem o elenco em estéticas diferentes. Isaac vem mais naturalista, o que é bom por dialogar diretamente com as crianças da plateia, “normais” diante do mundo fantástico da física de partículas; a banda tem um estilo psicodélico que, junto com os instrumentos, é associada imediatamente ao rock. O grão de areia, finalmente, foge do figurativo, mas sem perder de vista sua tonalidade característica, e sendo, ao mesmo tempo, casual e divertido.

O elenco está muito bem, sem exceção! João Lucas Romero, Claudio Mendes, Julia Gorman, André Arteche e Júlia Shimura se divertem em cena! São leves, carismáticos e afinados entre si.

Um abraço e até domingo que vem!
Dúvidas, críticas e sugestões, envie para pericles.vanzella@rioencena.com.

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