Morreu na noite desta terça-feira (04), o ator e humorista Paulo Gustavo, que vinha travando uma luta contra a Covid-19 havia dois meses. Internado no hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio de Janeiro, desde 13 de março, o artista entrou em estado grave no início de abril, chegou a ter uma melhora, mas acabou não resistindo após sofrer uma embolia pulmonar gasosa no último domingo (02). Até o fechamento desta nota, ainda não havia informaç~eos sobre o sepultamento.
Ainda no mês passado, Paulo Gustavo chegou a ser submetido a um moderno tratamento conhecido como ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), que funciona como se fosse um pulmão artificial. O quadro evoluiu, e ele chegou a interagir recentemente com os médicos e com o marido, Thales Bretas. No entanto, entre domingo e segunda-feira, sua situação se agravou por causa de uma fístula bronquíolo-venosa, que causou a passagem de bolhas de ar pela corrente sanguínea, o que gerou o quadro de embolia, afetando, inclusive, o sistema nervoso central.
Paulo Gustavo deixa o marido Thales Bretas, com quem era casado desde 2015, e dois filhos, os gêmeos Romeu e Gael, de um ano e meio.
Carreira
Paulo Gustavo se tornou conhecido do grande público com Dona Hermínia, personagem afetuosa, protetora, mas exigente com os filhos, inspirada em sua própria mãe, Déa Lúcia, e que chegou a ganhar uma trilogia nos cinemas – “Minha mãe é uma peça”, de 2013, 2016 e 2019. Antes disto, porém, ele começou a trilhar sua carreira artística no teatro e, curiosamente, se destacando com a mesma personagem.
Entre 2002 e 2005, fez o curso da Casa de Artes de Laranjeiras, onde conheceu os também humoristas Fábio Porchat e Marcus Majella. Os três montaram a peça “Infraturas”, que, no entanto, não foi muito longe. Pouco depois, foi convidado pela atriz e amiga Samantha Schümtz para participar da peça “Surto”, onde se apresentou pela primeira vez com a Dona Hermínia.
Com a boa recepção do público – a Dona Hermínia passou de participação especial a quadro fixo em “Surto” – Paulo teve a ideia de transformar a personagem num solo. Assim, “Minha mãe é uma peça” estreou no Teatro Candido Mendes em 2006, quando venceu o Prêmio Shell de Melhor Ator e deu início a uma sequência de temporadas que renderia mais de 2 milhões de espectadores.
Ainda no teatro, Paulo Gustavo estrelou outras produções como “João Ternura” (2006), “Hiperativo” (2010), “220 Volts” (2014) e “Online” (2016), quando chegou a dar uma entrevista para o RIO ENCENA falando do tempo que as pessoas passam ao celular.
Com o sucesso nos palcos, o humorista adaptou “220 Volts” para a TV, no canal por assinatura Multishow, onde também protagonizou “Vai que cola” e “A Vila”. Já no cinema, a trilogia de “Minha mãe é uma peça” somou mais de 25 milhões de espectadores.
Ainda nos telões, participou de filmes como “O divã” (2009), “Vai que cola — O filme” (2015) e “Os homens são de marte… E é pra lá que eu vou” (2014) e “Minha vida em Marte” (2018) – estes dois últimos, ao lado da amiga Mônica Martelli.