Humor, drama, música e filosofia. Tudo isto está no solo “O Baterista”, que estreia no Teatro Poeira, em Botafogo, no dia 03 (primeira terça-feira pós- Carnaval) refletindo sobre a mecânica da vida a partir da complexidade do popular instrumento musical. O texto é de Celso Taddei, ex-roteirista do humorístico “Zorra” (TV Globo), que acha curioso o envolvimento da pessoa que escolhe a bateria como objeto de trabalho.
— (O baterista é) sempre o primeiro a chegar e o último a sair do estúdio — observa Taddei, que considera a bateria um instrumento “dramaturgicamente interessante e complexo por causa de seu tamanho e porque faz muito barulho”.
Tal reflexão está representada no personagem único da peça: o baterista. Em meio a uma crise amorosa – afinal, acabou de se divorciar – ele recebe em sua garagem alunos exigentes para uma aula de bateria. Sem cabeça para ministrar a classe, ele se depara com todos à sua frente e com a bateria ainda desmontada.
Enquanto organiza o ambiente e troca mensagens com a ex pelo celular, o baterista – que ainda costuma conviver com uma desvalorização por parte de outros músicos – evidencia suas emoções diante dos alunos e utiliza seu instrumento para pôr para fora suas desventuras e decepções, protagonizando momentos ora divertidos, ora comoventes.
Além disto, ele usa sua bateria também para contar a história do próprio instrumento, desde a percussão dos homens das cavernas até o surgimento do rock’n’roll, passando ainda por outros estilos musicais como jazz, bebop, folk e blues.
Na trilha sonora, estão clássicos de bandas internacionais como Beatles, Led Zeppelin, The Who, Sex Pistols, Black Sabbath, The Police e Nirvana, além de brasileiras, como Titãs e Paralamas do Sucesso.