Comédia, musical, fábulas, adaptações (a maioria!) e até terror! São várias as linguagens apresentadas no teatro infantil. Mas e ópera? Antes que você pense que crianças não se interessariam pelo gênero, Vanessa Dantas, idealizadora e autora de “Iolanta – A princesa de vidro”, que estreia neste sábado (22) no CCBB, faz a defesa. E mais: lista uma série de motivos para que papais e mamães levem os pequenos ao teatro para conferir um espetáculo embalado por música clássica.
Antes do início da temporada, Vanessa Dantas – que assina o texto com Ana Paula Secco – conversou com o RIO ENCENA sobre o infantil inspirado na obra “Yolanta”, do russo Tchaikovsky. Para ela, que também é atriz, a história da menina cega que é superprotegida pelo pai – o que a faz crescer isolada de pessoas – pode passar diferentes mensagens ao público mirim. Inclusive, a de que é possível uma pessoa usar uma suposta fragilidade a seu favor.
— O que, a princípio, pode parecer uma fragilidade, pode nos transformar na nossa melhor versão — comenta.
Mas será que a ópera, uma linguagem não tão popular no Brasil, seria mesmo a melhor maneira de se passar essas mensagens para a criançada? Para Vanessa, a linguagem clássica tem muitos atrativos, inclusive para os pequenos. E ela vai além: o teatro infantil do Rio de Janeiro poderia apresentar mais montagens do gênero.
— A música clássica amplia os sentidos, tem uma vibração que emociona — detalha.
Confira a entrevista na íntegra abaixo:
Ópera pode ser uma linguagem próxima às crianças? Vocês tiveram essa preocupação?
A ópera sempre apresenta uma história popular, ainda mais sendo um conto de fadas, cheio de símbolos e arquétipos. E a música é a linguagem dos anjos, fala diretamente com a alma. Desde o primeiro contato, não importa a idade, a ópera é sempre contagiante e ela sempre vai parecer uma velha amiga.
Acredita que operetas infantis poderiam ser encenados com mais frequência nos teatros do Rio?
Deveriam. A música clássica amplia os sentidos, tem uma vibração que emociona, que arrepia e faz a história chegar com mais profundidade na nossa mente e no nosso coração.
Infantis têm, geralmente, 60 minutos de duração. “Iolanta” tem 80! O tempo de duração foi uma preocupação?
Um desenho da Disney tem duas horas. Uma criança sempre pede bis para uma história bem contada e que fala com profundidade sobre os conflitos humanos através de uma produção bem cuidada e bons personagens.
E a faixa etária, qual vocês acreditam que vai ser a mais presente na plateia?
Os contos de fadas capturam a atenção de toda criança, até mesmo antes de dormir. E a música de Tchaikovsky é capaz de capturar o interesse até de um bebê. Mas, apostando em uma faixa, Iolanta certamente vai encantar crianças a partir de cinco anos.
E qual é a principal mensagem que o espetáculo passa para a criançada?
Que não somos um joguete do destino. Somos capazes de tomar as rédeas da nossa vida e o que, a princípio, pode parecer uma fragilidade, pode nos transformar na nossa melhor versão.
SERVIÇO
Local: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – Teatro II | Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro. | Telefone: (21) 3808-2020 | Sessões: Sábados e domingos, às 16h | Temporada: 22/01 a 13/03 | Elenco: Caio Passos, Chiara Santoro, Kiko do Valle, Leandro Castilho, Mariah Viamonte, Marino Rocha, Saulo Vignoli, Sofia Viamonte e Tiago Herz | Direção: Daniel Herz | Texto: Vanessa Dantas, Ana Paula Secco e Wladimir Pinheiro | Classificação: Livre | Entrada: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia) | Bilheteria: Eventim ou de quarta a segunda, das 9h às 20h | Gênero: Infantil | Duração: 80 minutos | Capacidade: Não informada
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