RIO – O Centro Cultural Parque das Ruínas, em Santa Teresa, agora tem um nome para a sua sala teatral. E que nome! Após uma reforma e um batismo, a prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura, inaugura nessa sexta-feira (19), o Teatro Ruth de Souza, em homenagem à atriz, falecida em 2019, aos 98 anos, que colecionou marcas, como ser a primeira mulher negra a atuar no Theatro Municipal do Rio; a primeira negra protagonista de uma telenovela; e a primeira brasileira indicada a um prêmio de melhor atriz internacional.
Com início marcado para 18h, a programação inaugural – e gratuita – do equipamento começa com a exibição de um vídeo curto sobre a trajetória de Ruth de Souza. Logo depois, a atriz Valéria Monã, uma das grandes entusiastas do teatro negro no Rio atualmente, interpreta “Ruth de Souza em movimento ancestral com o futuro”, performance em que reflete sobre o teatro negro e a homenageada, além de apresentar um número de dança de dança.
Às 19h, é a vez de a cantora Áurea Martins levar ao público seu show no qual interpreta canções de seus discos – como “Iluminante”, “Depontacabeça” e “Até sangrar”, entre outros – lançados em mais de seis décadas de carreira.
Já na semana que vem, o grupo Nós do Morro, do Vidigal, realiza três apresentações – entre quinta (25) e sábado (27), sempre às 18h – do espetáculo “Modus Operandi”, que mistura três histórias inspiradas no cotidiano das grandes metrópoles brasileira e na luta pela sobrevivência em tempos difíceis. A classificação é 16 anos e a entrada, gratuita, com retirada de convites na plataforma online Sympla.
Primeiro teatro do município com o nome de uma mulher negra, o Ruth de Souza é inaugurado na véspera do Dia da Consciência Negra e em meio a uma retomada cultural na capital fluminense, após a paralisação total do setor por conta da pandemia, na qual os equipamentos da própria prefeitura reabrem em ritmo lento, em comparação à rede privada.
Em relação a teatros, a SMC, sob gestão de Marcus Faustini desde que o prefeito Eduardo Paes assumiu em janeiro, já reabriu ao público presencial o do Espaço Sergio Porto para o público presencial – onde também acontece uma feira na área externa – e também reformou os teatros de fantoches da Tijuca (Praça dos Cavalinhos) e do Méier (Jardim do Méier), que devem voltar a ter programação em 2022.
A explicação dada pela secretaria para o ritmo lento na reabertura dos seus espaços é o péssimos estado de conservação deixado pela gestão anterior, do ex-prefeito Marcelo Crivella. Por isto, melhorias vêm sendo feitas também em outras salas como Ipanema, Maria Clara Machado, Carlos Gomes, Café Pequeno, Gonzaguinha e Ziembinski.
O órgão prefere não divulgar prazos para que estes espaços voltem a ter programação presencial e regular, mas trabalha com a possibilidade de reabertura de alguns para o próximo verão.
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