Após uma curta temporada no Sesc Tijuca, “Lady Christiny” está de volta. Protagonizado por Alexandre Lino, o monólogo estreia nessa sexta-feira (30/09), às 20h, no Teatro Café Pequeno, no Leblon, misturando realidade e ficção para contar a história peculiar de uma travesti fora dos padrões. O espetáculo fica em cartaz por apenas um mês, até 30/10, com apresentações ainda aos sábados e domingos, no mesmo horário.
A trajetória de Lady Christiny já começa de forma inusitada quando a própria esposa Célia dá o seu apoio a Celso Marques na iniciativa de se travestir. A partir daí, Chris, como era conhecida pelos mais próximos, foge do lugar comum ao se mostrar conservadora e “de família”. Ou seja, uma postura atípica, que, inclusive, é o pilar central da peça. Aliás, por compartilhar uma história tão diferente, a produção até estimula os espectadores a fazerem perguntas à personagem (ator).
Parte do repertório da Documental Cia., o espetáculo tem direção de Maria Maya, texto de Daniel Porto e é inspirada no documentário homônimo dirigido pelo próprio Lino e lançado em 2005, alguns meses antes do falecimento de Lady Christiny. O projeto chegou a ser exibido em 42 festivais, inclusive em países como Itália, Portugal e Uruguai.
– Estive próximo a Lady Christiny em 1992 (assistindo pela TV), depois em 1995 (no primeiro encontro) e em 2005 quando dirigi o documentário. E em todos os momentos em que estivemos juntos, percebi um lugar de pertencimento naquela realidade, que não era a minha, mas me transportava para lugares muito mais profundos. Evocá-la no palco é a conclusão desse encontro infinito, e que só a arte documental poderia proporcionar por seu pacto com a verdade – acrescenta Lino.