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Teatro Maison de France: curador lamenta fechamento, fala de futuro incerto e se diz ‘super orgulhoso’ do projeto

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Fachada do prédio do consulado francês no Rio, onde fica o Teatro Maison de France

A (triste!) notícia sobre o fechamento do Teatro Maison de France que pegou muita gente de surpresa nesta quarta-feira (04), chegou ao conhecimento de Cédric Gottesmann em fevereiro. Entre os sentimentos de tristeza e de dever cumprido, o francês soube do próprio cônsul geral Jean-Paul Guihaumé que ao fim de abril serão encerradas as atividades da sala localizada no prédio do consulado francês no Rio de Janeiro, na Avenida Antonio Carlos, no Centro. O equipamento funcionava mediante um contrato de concessão, que não será renovado pelo governo do país europeu.

Em entrevista ao RIO ENCENA, Cédric lembrou quando foi contratado em 1998 para encabeçar o processo de reforma e reabertura do Maison, que havia fechado em 1982. Em 2000, começou a captar recursos para a reinauguração, que veio a ocorrer em 2002, com o espetáculo “Variações Enigmáticas”, com Paulo Autran (1922-2007) e Cecil Thiré. Começava naquele momento a história que se encerra dentro de algumas semanas.

— Obviamente, fico triste, porque o teatro é como se fosse um filho. Afinal, são 22 anos aqui, não é? Mas tenho uma filosofia de vida. Pensei: “olha, fiz tudo o que podia para colocar este teatro de volta no lugar que ele ocupava antes de fechar, que era incrível. E durante este tempo, as coisas mudaram. Abriram teatros de shopping, que não existiam, e nós, no Centro, com as pessoas com medo de vir para cá… E a gente conseguiu trazer o público de volta, com sucessos… Enfim, foi um teatro que marcou, e eu estou super orgulhoso disso, sem mágoas… É óbvio que eu ia querer continuar mais um pouco, mas c’est la vie — lamenta Cédric, citando a famosa expressão em francês que significa algo como “é a vida”.

Cédric Gottesmannn estava no Maison de France desde 1998 Fotos; Luiz Maurício Monteiro

O Maison de France já foi palco para célebres montagens com grandes atores, como a comédia “É”, de Millor Fernandes, com Fernanda Montenegro e Fernando Torres (1927-2008), “Intimidade Indecente”, com Marcos Caruso, Irene Ravache e Vera Holtz, “O Escândalo Philippe Dussaert”, também com Caruso, além de “Um Barco para o Sonho”, último trabalho de Tônia Carrero (1922-2016), no qual atuou ao lado de Mauro Mendonça. Hoje, estão em cartaz por lá a comédia musical “Furdunço do Fiofó do Judas” e a homenagem a Clarisse Lispector “Missa Para Clarisse”. E depois disso, pouco se sabe.

Cédric afirma que apenas foi informado do fim das atividades do Maison, mas que nada foi dito sobre um futuro projeto. O francês acredita que não deverá ser uma nova sala de teatro, mas, talvez, um centro cultural franco-alemão.

— Não sei o que pretendem fazer. Obviamente, eles têm um projeto diferente do que é o Maison de France. Ouvi falar de um centro cultural franco-alemão, porque o prédio também acolhe o consulado alemão. Não teria razão de mudar uma coisa que funciona, apesar de todas as dificuldades que atravessam os teatros cariocas, é um teatro que funciona. Então, vai parar o teatro para haver uma outra atividade que eu ainda não sei qual será — reforça.

Já sobre seu próprio futuro, Cédric desconversa. Bem humorado, dominando o português, com residência no Rio e se dizendo “um turista em Paris”, o francês deixa seu destino em aberto, sem garantir se fica para o futuro projeto que ocupará o equipamento ou se segue outros rumos.

—  Vamos ver… Sinto uma tristeza por deixar o teatro, mas vamos ver. Posso ser jurado num prêmio de teatro, fazer um intercâmbio franco-brasileiro, porque este teatro sempre foi um intercâmbio cultural. É isso! É uma página que se vira– encerra.

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