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‘Terra em Trânsito’: 15 anos após estreia, Gerald Thomas remonta solo na Internet com novos contextos político, econômico e cultural

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Fabiana Gugli em cena como uma atriz solista atormentada Foto: Luiz Maximiano/Divulgação

Dirigido e escrito por Gerald Thomas, o solo “Terra em trânsito” estreou em 2006. Passados 15 anos, o espetáculo volta em formato online, por causa da pandemia de Covid-19, e não se limitando apenas a esta mudança. O diretor revisitou a obra e decidiu trazer para a temporada no YouTube, que começa nesse sábado (10), novos contextos político, econômico e cultural, já que os cenários e os personagens não são os mesmos de outrora.

— A versão original era, entre outras coisas, um desabafo político contra George W. Bush, e a atual é um desabafo contra Donald Trump e outras outras coisas mais. Em 2006, a atriz se drogava com cocaína, agora ela se droga com pílulas de prescrição médica – explica Gerald Thomas, referindo-se aos últimos presidentes do Partido Republicano eleitos nos Estados Unidos.

A atriz mencionada por Gerald Thomas é a personagem interpretada pela atriz Fabiana Gugli. Em seu camarim, ela se prepara (ou não) para sua apresentação solo numa adaptação do clássico “Tristão e Isolda”. Ao mesmo tempo, fala a um cisne judeu (que ganha voz com o ator Marcos Azevedo), com quem compartilha seus delírios – fazendo alusões a estrelas do cinema que passaram por problemas pessoais como Judy Garland e Bette Davis.

Em cena, nesta versão teatro-cinema, Fabiana Gugli olha para a câmera como se estivesse olhando para um espelho, enquanto arruma o cabelo, o figurino, aquece a voz, dança e fala pelos cotovelos divagando sobre o mundo e a vida.

— Em 2006, estava no palco, com plateia, luz e cenário. Agora, tudo foi adaptado para o espaço íntimo da minha casa, adereçado com memorabilia e objetos da minha trajetória teatral. Estou exposta, sem truques, nem artifícios, e o texto, para mim, nunca fez tanto sentido: misturando a vida com a arte, a sala da casa com o camarim da diva, uma atriz/personagem que foi substituída ou esquecida. A grande sacada desta nova experiência foi transformar o espectador no Big Brother dentro do camarim. É através do espelho, no jogo de espelhos, que tudo acontece, agora dentro de uma tela — destaca Fabiana.

Envolta neste diálogo junto ao amigo cisne, a solista só se atenta que está trancada no camarim após o segundo sinal pré-espetáculo. E a situação que já era dramática, ganha contornos ainda mais desesperadores quando ela ouve aplausos da plateia depois do terceiro sinal e supõe que alguém a substituiu no palco. Mais à frente, algo terrível ainda poderá acontecer.

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