Costumeiramente programados pelas pessoas para compromissos de negócios ou simplesmente para confraternização, jantares são situações cotidianas e banais. No entanto, uma reunião como esta ficou marcada na história de Hollywood por ter reunido num mesmo espaço, quatro personagens de peso do cinema e do teatro, entre eles, Marilyn Monroe (1926-1962). O encontro foi tão icônico que, mesmo depois de quase 60 anos (aconteceu em 1960), ainda repercute, como é o caso do espetáculo “Os Desajustados”, que estreia nessa quinta-feira (28), às 20h, no Oi Futuro Flamengo.
No papel da estrela do cinema, está Tainá Müller, acompanhada de Ísio Ghelman, que interpreta seu marido, o dramaturgo Arthur Miller (1915-2005); Felipe Rocha, que dá vida ao famoso cantor francês Yves Montand, que na ocasião fazia par romântico de Marilyn numa comédia; e Cristina Amadeo, intérprete de Simone Signoret, atriz e esposa de Montand, que havia acabado de ganhar o Oscar.
Na época, Marilyn Monroe e Arthur Miller estariam em crise, após uma badalado período de paixão, devido à urgência da atriz em levar para as telonas o filme “Os Desajustados”. A película, roteirizada por seu marido, saciaria o desejo da atriz de estrelar um drama.
Além do quarteto, também está no bangalô 21 do Beverly Hills Hotel, localizado na cidade homônima e próxima a Hollywood, um fotógrafo (que será vivido por um fotógrafo de verdade diferente a cada sessão). E é exatamente graças a este personagem que o tal encontro ganha novos contornos.
Na verdade, a presença do profissional foi uma iniciativa da própria Marilyn, que queria que a ocasião fosse registrada. Os demais presentes, porém, não gostaram da ideia, e o que deveria ser um encontro entre amigos, acabou se tornando, principalmente para o fotógrafo, um banquete recheado com momentos de ciúmes, inveja, desconforto, raiva e insegurança. Ou seja, sentimentos das estrelas que costumam ficar nos bastidores, vieram a público através de uma câmera fotográfica.
A partir desta celebração fracassada entre ícones de uma época, o espetáculo dirigido por Daniel Dantas e escrito por Luciana Pessanha a partir dos registros do encontro investiga as fronteiras entre o teatro e a fotografia, o público e o privado.