Nem só de heróis e princesas se faz uma infância. Um outro personagem – bem menos simpático, embora nunca tenha dado as caras – já habitou o imaginário de muitas crianças: o Homem do Saco, que já foi (e talvez ainda seja) muito usado por adultos para amedrontar e intimidar os pequenos. Pois é este sujeito amedrontador (e o mito que o acompanha) o foco do infantil “O Mistério da Rua de Cima”, que faz quatro apresentações presenciais no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, a partir desta sexta-feira (11), às 18h.
A peça, desenvolvida em parceria entre a Trupe Investigativa Arroto Cênico e o Grupo Velhos Amigos (ambos de Nova Iguaçu), tem uma dramaturgia inédita e nasce a partir de uma pesquisa cênica sobre o conceito de “brincar com o medo”. E durante este processo, o que o grupo notou foi que as crianças lidam de forma muito peculiar com o medo.
Assim, “O Mistério da Rua de Cima” busca desmistificar a lenda do homem do saco, se utilizando de uma linguagem lúdica e música. E o final da história, como não poderia deixar de ser, é surpreendente e poético.
— A Baixada Fluminense é uma região periférica que, assim como outras, tem poucas opções de lazer para as crianças, o que faz com que as crianças percam a etapa da infância muito cedo. Por tudo isso, é cada vez mais necessário o desenvolvimento de projetos culturais que explorem essas questões de forma inventiva — acrescenta o diretor Marcos Covask.