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Claudio Amado lembra maior fracasso da carreira: ‘Salomerda’

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Claudio Amado tem a improvisação como gênero teatral preferido Fotos: Divulgação
Claudio Amado tem a improvisação como gênero teatral preferido Fotos: Divulgação

A carreira de 21 anos de Claudio Amado vai muito além do bordão “Mulhegada” numa propaganda de cerveja que o tornou conhecido nacionalmente na década passada. Aos 41 anos e com mais de 50 peças no currículo, o ator, diretor e produtor carioca se consolidou no teatro com trabalhos de improvisação, inclusive os de longa duração, cuja história possui início, meio e fim. Três grandes exemplos de sua atuação com a arte de improvisar são “Teatro do Nada” – que estreou em 2004 e também dá nome à sua companhia -, “Dois é bom” (2009) e “Rio de Histórias”, que encerra temporada no Teatro Alcione Araújo, no Centro, nesta semana. As últimas sessões ocorrem nesta terça (25/10) e quarta (26/10), às 18h30.

A ligação de Claudio com a improvisação é tão forte que já está para romper os limites do palco. Ele está prestes a lançar seu primeiro e-book independente pela Amazon.com: “Os princípios da improvisação: 40 jogos para aprender a improvisar”. No material, ele dá dicas para quem quer aprender a arte de improvisação e aperfeiçoar técnicas e habilidades de atuação.

Porém, nem só de realizações exitosas vive um artista. No caso de Claudio, a montagem que marcou negativamente foi “Salomé”. Inclusive o próprio elenco, do qual ele fez parte, deu um apelido peculiar para o espetáculo: “Salomerda”, confessa o ator, que na entrevista abaixo fala mais sobre outros trabalhos e referências.

Cite um espetáculo inesquecível que você tenha participado.
“Cenas Brasileiras” com direção de Walmor Chagas, 1992. Foi o primeiro espetáculo profissional que fiz, era o final de um curso de teatro que o Walmor fez no Teatro Ziembinski, eu tinha 16 anos na época. Ele chamou excelentes professores como Luis de Lima (Mímica), Camilla Amado, palestras com Ìtalo Rossi, Millor Fernandes, José Wilker, entre outros. Mas o melhor era assistir ao Walmor dirigindo as cenas dos alunos, aí sim, valeu como uma faculdade de teatro completa só de assistir ele fazendo as cenas para mostrar para os alunos como era o personagem.

Tem algum fracasso na carreira? Pode nos contar?
“Salomé” no Teatro Ipanema. Texto difícil, elenco inexperiente, direção toda errada. O elenco chamava a montagem de “Salomerda”. Uma vez fui à CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) “filipetar”. Quando estava subindo pelo elevador inclinado, cruzei com alunos de lá descendo pela escada e ouvi só uma frase naquele um segundo de cruzamento: “Essa tal de Salomé é muito ruim”. Cheguei no alto e voltei, nem entrei na CAL. Outras pessoas do elenco entregavam filipetas para as pessoas e algumas devolviam dizendo: “Ah, tá no Teatro Ipanema, né? Já ouvi falar. Quero não!”

O que ainda deseja fazer para considerar sua carreira completa no teatro?
Gostaria de fazer um espetáculo solo de improvisação no qual juntasse as técnicas que gosto: mímica, teatro físico, improvisação, etc.

O ator carioca está em cartaz com "Rio de Histórias" no Teatro Alcione Araújo Foto: Robson Sanches/Divulgação
O ator carioca está em cartaz com “Rio de Histórias” no Teatro Alcione Araújo Foto: Robson Sanches/Divulgação

Prefere produzir, dirigir ou atuar? Por quê?
Prefiro atuar, claro, é o melhor de tudo. Produzir é chato, mas necessário, pois se os artistas não se produzirem, quem fará isso? Dirigir é muito solitário, é legal pensar na concepção, estudar referências, visualizar a encenação, mas você não participa da bagunça no camarim e quando o espetáculo começa você não pode fazer mais nada, não pode falar com o ator, fazer nada, só assistir. Tem diretores que nem assistem suas estreias pois sofrem muito durante.

Ator ou atriz você que tem como referência no teatro?
Miguel Falabella, um ideal de força de trabalho, competência e versatilidade.

Cite um diretor (a) que você admira?
Gostava muito do Gabriel Vilella nos anos 90, tinha uma estética linda e única. Gosto do rigor do Antunes Filho, espetáculos sempre muito bem marcados.

Um gênero em que prefere atuar?
Improvisação, claro. Teatro físico também gosto bastante. Gosto de qualquer teatro que seja comunicativo, popular ou erudito, só não pode ser pretensioso ou chato, espetáculo que o público comum não entende não me interessa.

Um profissional com quem tenha mais afinidade para trabalhar no teatro?
Ivan Fernandes, nos conhecemos na Unirio em 93 e ficamos amigos desde então. Fiz como ator quase todos os seus textos, além de improvisarmos juntos no Teatro do Nada.

Na sua opinião, qual é o maior desafio na carreira de quem trabalha com teatro?
Hoje em dia o artista tem que saber se produzir. Escrever bem projetos, participar de editais, estabelecer parcerias, conseguir apoios, tudo isso é tão importante quanto o trabalho artístico.

Se não trabalhasse com teatro, que profissão teria escolhido?
Jornalismo Cultural, Escritor ou algo relacionado a viagens.

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