No último dia 10, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) recomendou à Secretaria de Estado de Cultura (SEC) que suspendesse o edital de cessão – que deveria ter sido lançado em dezembro de 2019 – do espaço do Teatro Casa Grande, no Leblon. Após a suspensão, a secretaria concedeu um período de 180 dias para a utilização do equipamento, período no qual poderá ser lançado, ou não, um novo edital. Enquanto isso, o futuro de uma das mais tradicionais salas de teatro do Rio de Janeiro segue incerto.
Diante de tal situação, os administradores do próprio teatro, fundado em 1966 e que vinha se mantendo com patrocínio da Oi, está convocando artistas e o público de um modo geral, através das redes sociais, para um “grande abraço”, uma manifestação em “defesa desse patrimônio cultural e histórico do Rio, que não pode sair de cena”. Embalado pela hashtag #somosteatrocasagrande, o encontro acontecerá na próxima segunda-feira (27) a partir de 17h30.
O último edital para cessão do Casa Grande foi cancelado devido a um pedido da Associação Teatral Casa Grande, que viu equívocos em uma série de itens. Segundo o TCE, estavam previstas a exigência de que a programação semestral fosse submetida à aprovação prévia da secretaria, o que configuraria ameaça à liberdade de expressão; a criação de um espaço destinado à alimentação nos três níveis; ampliação da capacidade de público de 926 para 1.036 pessoas; a utilização do fosso da orquestra para a acomodação do público.
— Nosso teatro está ameaçado de desaparecer. O TCE mandou suspender, em cima da hora, licitação da Secretaria de Cultura que abria a possibilidade de transformação do espaço do Casa Grande em outra coisa que não a teatral. O documento era cheio de exigências absurdas — disse na ocasião Leo Haus, diretor artístico do teatro, ao portal G1.